O Governo convocou esta quinta-feira os sindicatos dos bombeiros sapadores para uma reunião de negociação, a acontecer na sexta-feira, para apresentar uma proposta final às estruturas sindicais.De acordo com a convocatória a que a Lusa teve acesso, enviada pela secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, "o Governo pretende apresentar a sua proposta final" aos sindicatos, depois de várias reuniões de negociação que não chegaram a acordo.O Governo vai reunir primeiro, às 15:00, com os cinco sindicatos que apresentaram uma proposta comum - Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Frente Comum.Depois, às 17:30, o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, recebe os restantes sindicatos, incluindo o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS).Esta convocatória surge poucas horas depois de o primeiro-ministro ter avisado, durante a tomada de posse do novo presidente da Autoridade Nacional de Emergência da Proteção Civil, que o Governo esgotou a sua capacidade negocial com os sindicatos dos bombeiros sapadores..Governo atinge limite negocial com bombeiros sapadores, diz Montenegro."O Governo, após nove reuniões negociais com os bombeiros sapadores, chegou ao ponto onde esgotou a possibilidade de ir mais longe relativamente às condições de valorização remuneratória e de perspetiva de carreira", sublinhou, acrescentando que, caso persista o impasse, o executivo avançará de forma unilateral.A proposta que está atualmente em cima da mesa de negociações passa por aumentos faseados até 2027. Por exemplo, o Governo propõe que um bombeiro, depois do primeiro ano em período experimental, receba 1.222 euros este ano, 1.175 euros em 2026 e 1.228 euros em 2027. Neste ponto, os sindicatos querem que os aumentos sejam antecipados para 2026.O Governo aceitou manter as atuais sete categorias na carreira especial - ao contrário das cinco categorias da anterior proposta - e manter as atuais 35 horas semanais de trabalho - ao contrário das 40 horas propostas em dezembro do ano passado.O Governo propôs também um suplemento único, ao contrário daquilo que tinha proposto na última reunião de 03 de dezembro de 2024. Este suplemento seria de 20% da remuneração base de cada trabalhador com um aumento faseado - 10% em 2025, 5% em 2026 e 5% em 2027.No início de dezembro, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluiu petardos, tochas e fumo junto à sede do Governo.