Espaço de chegadas do aeroporto.
Espaço de chegadas do aeroporto.Foto: DR

Filas no controlo. "Aeroporto não terá capacidade para processar todos os passageiros no novo regime", diz ASSP/PSP

Nos dois primeiros dias as filas não foram tão grandes, no entanto, constrangimentos estão a ser enfrentados pelos passageiros nesta terça-feira, 14 de outubro.
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A entrada em vigor do novo sistema de controlo de fronteiras agravou as filas no Aeroporto de Lisboa, com esperas de várias horas e filas cujo fim nem se conseguia identificar. A “situação não é comportável por muito tempo”, avalia ao DN Paulo Jorge Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).

Na opinião do dirigente sindical, não existe capacidade para responder às exigências do novo sistema, que inclui a recolha de dados biométricos dos passageiros provenientes de fora do Espaço Schengen. “O aeroporto não terá capacidade para processar todos os passageiros no novo regime”, considera.

Segundo Paulo Jorge Santos, “as filas intermináveis” são prova dessa incapacidade. “Está provado que a estrutura está sobrelotada. Apesar de todas as boxes estarem completas de pessoal e de todos os RAPID a funcionarem, a fila era, ainda assim, interminável”, relata.

Os agentes tiveram de acionar o mecanismo de controlo simplificado para reduzir as filas nas partidas e evitar que os passageiros perdessem os voos. O controlo simplificado, como o próprio nome indica, consiste numa verificação mais rápida, com menos perguntas aos viajantes.

Outro fator agravante, segundo o presidente da associação, é o estado de saúde dos polícias. “Os polícias estão em burnout”, afirma. Mas há mais problemas. “A situação foi ainda agravada pela inoperância dos RAPID (oito avariados), o que resultou em tempos de espera nas chegadas bastante elevados”, acrescenta. “Apenas se conseguiu mitigar maiores danos com o reforço de efetivos das esquadras aeroportuárias, deixando essas unidades desfalcadas”, sublinha.

A associação sindical defende que é necessário um reforço do efetivo — uma reivindicação antiga dos polícias —, mas também mudanças internas no aeroporto. “A ASPP considera que, para além do reforço de efetivos, será necessário instituir medidas internas na estrutura aeroportuária que se adequem à política que a ANA procura implementar”, conclui.

ANA quer máximos de espera nos aeroportos e aponta problemas nos sistemas RAPID

A gestora aeroportuária ANA defendeu esta terça-feira (14) que o desafio técnico do novo sistema de controlo nas fronteiras não pode pôr em segundo plano a garantia de um tempo máximo de espera e apontou problemas nos sistemas RAPID.

“O desafio técnico e de coordenação dessa evolução não pode, entretanto, deixar num segundo plano a necessidade para essas entidades de garantir aos passageiros um tempo máximo de espera nas fronteiras, à semelhança dos níveis de serviço exigidos para os processos sob responsabilidade da ANA”, apontou, em resposta à Lusa. Por outro lado, referiu ter a expectativa de que o reforço dos recursos por parte das entidades competentes permita a “implementação de um compromisso de tempo espera máximo nas fronteiras do país”

amanda.lima@dn.pt

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