A maior dificuldade sentidas pelos responsáveis escolares na segunda-feira foi mesmo a gestão da apreensão dos pais sobre a forma como os filhos estavam a lidar com o apagão que atingiu o país.Segundo Manuel António Pereira, presidente da direção Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), o facto de muitos pais terem optado “por ir buscar os filhos mais cedo às escolas”, foi a única razão para que vários estabelecimentos acabassem por encerrar antes da hora prevista. Assim, segundo este responsável, facto também comprovado pelo ministro da Educação, as escolas conseguiram ajustar-se à situação inédita e não interromperam a atividade letiva.Questionado pelo DN sobre a comunicação entre o MECI e as escolas, o presidente da ANDE garantiu ter havido contactos ao longo do dia por parte da Direção Geral da Educação (DGE). “Recebi várias mensagens da DGE. A rede dos diretores funcionou pelo WhatsApp, que estiveram também em contacto com as autarquias e os Encarregados de Educação”, explica. “O apagão obrigou-nos a uma situação de emergência, mas rapidamente nos organizamos. O que era possível fazer, foi feito”, garante.Segundo o Governo, dos 809 agrupamentos escolares, apenas 15 tiveram problemas com a reabertura e vão retomar hoje as atividades.O ministério começou o dia de ontem a anunciar que “atendendo à reposição de energia elétrica e de fornecimento de água em todo o país durante a noite [de segunda para terça-feira], os estabelecimentos de ensino devem hoje, terça-feira, reabrir e funcionar com toda a normalidade. O Governo considera que a Educação dos nossos alunos é demasiado importante e que, por isso, não deve ser interrompida, exceto quando não estejam garantidas as condições essenciais de funcionamento e todas as condições de segurança”. A juntar a esta mensagem de tranquilidade o ministro Fernando Alexandre lembrou que as escolas não fecharam e as refeições foram asseguradas. “Houve escolas em que apesar de não haver eletricidade as aulas continuaram e as escolas funcionaram com normalidade. Como muitos professores disseram, voltaram ao giz, às práticas de ensino mais tradicionais. Esse comprometimento não me surpreende, mas não posso deixar de apresentar o meu reconhecimento”, disse em declarações à RTP.