O ex-fuzileiro Cláudio Coimbra, condenado por matar o PSP Fábio Guerra à porta de uma discoteca em Lisboa em 2022, foi esta quarta-feira, 17 de setembro, absolvido da acusação de tentar agredir um GNR também na noite lisboeta.Além de Cláudio Coimbra, de 26 anos, também o seu irmão, de 23, estava acusado em coautoria de um crime de ofensa à integridade física qualificada e foi também absolvido.De acordo com a acusação do Ministério Público, os dois terão dado um murro e depois pontapeado na cabeça, já no chão, um militar fora de serviço, pelas 04:00 de 12 de novembro de 2021, dentro de uma discoteca no Cais de Sodré, em Lisboa.No entanto, o tribunal apontou falhas à prova apresentada pelo Ministério Público.“O Ministério Público não conseguiu recolher prova testemunhal de que foi o arguido Cláudio Coimbra a desferir o murro, ou até o arguido Artur Coimbra”, admitiu a juíza durante a leitura da sentença que decorreu esta quarta-feira no Juízo Local Criminal de Lisboa.“O tribunal ficou com muitas dúvidas”, acrescentou a juíza, que apontou ainda para a falta de imagens de videovigilância. Por isso, “os arguidos deverão ser absolvidos da prática” do crime de ofensa à integridade física.Nas alegações finais, que aconteceram na semana passada, o procurador José Manuel Figueiredo considerou que ficou provado que Cláudio Coimbra desferiu o soco que fez cair o guarda da GNR, não tendo ficado apurado quem o pontapeou já no chão.O magistrado do Ministério Público sustentou a convicção quanto à culpa do ex-fuzileiro no testemunho de um dos amigos com quem a vítima se encontrava na discoteca, que identificou o arguido mais velho como autor do murro.Já o advogado de Cláudio Coimbra desvalorizou a identificação, sublinhando que a testemunha só reconheceu o ex-fuzileiro depois de este ter surgido na televisão pelo homicídio, em 2022, do polícia Fábio Guerra.Em relação ao segundo arguido, Artur Coimbra, o MP e a defesa - assegurada por Vanessa Carvalho - foram unânimes em pedir a absolvição.