O novo embaixador escolhido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para representar o seu país em Portugal, vê como “oportunidade para aprofundar a parceria” entre ambos os Estados “a modernização das capacidades de defesa, com o investimento de Portugal em sistemas avançados como o dos F-35”. As declarações de John Arrigo, que apresentou as suas credenciais ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, foram feitas na receção na sua residência oficial, que decorreu nesta terça-feira, perante os ministros portugueses dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo, entre vários chefes militares.“Estou empenhado em assumir a responsabilidade e trabalhar para manter os americanos seguros, fortalecer a nossa aliança e promover a prosperidade de todos os países. A parceria dos Estados Unidos com Portugal é extremamente importante. A nossa amizade baseia-se na história, na confiança e num sacrifício partilhado. Desde a cooperação da NATO até à presença das forças americanas nos Açores, Portugal sempre esteve lado a lado com os Estados Unidos”, sublinhou.Se dúvidas houvesse sobre a determinação da administração norte-americana em garantir que os seus F-35 venham voar no céu português, Arrigo deixou clara qual é o alcance do seu empenho quando firmou que via, no futuro, “oportunidades para aprofundar esta parceria, incluindo a modernização das capacidades de defesa, onde há investimento de Portugal em sistemas avançados como o F-35”. .Lockheed Martin reage à concorrência europeia: “Gostamos de competição. Vencemos sempre”. Acrescentou que Portugal e os EUA estão “a trabalhar em conjunto para garantir que a NATO se mantenha forte, segura e preparada para o futuro”, sublinhando uma “ relação económica repleta de potencial”, aproveitando ainda para lembrar que “os Estados Unidos são o maior parceiro comercial de Portugal fora da UE” garantindo que vai “trabalhar todos os dias para expandir essas oportunidades tanto para as empresas portuguesas como para as americanas”, ao mesmo tempo que pretende “reduzir o défice comercial” entre ambos os países, pois sente que “uma relação comercial equilibrada e em crescimento é benéfica para ambos”.Na passada sexta-feira, recorde-se, a Lockheed Martin, fabricantes destes caças de 5.ª geração apresentou em Lisboa as suas propostas para a substituição dos F-16 da Força Aérea Portuguesa (FAP), respondendo com firmeza a uma potencial concorrência europeia neste domínio, como é o caso dos suecos da Saab, fabricantes do caça Gripen, que dias antes tinham feito a sua promoção aos jornalistas. “Gostamos de competição. Vencemos sempre”, avisou Gregory Day, responsável da Lockeed Martin pelo desenvolvimento do programa F-35, depois de explicar as capacidades e a tecnologia dos caças norte-americanos.Foi a resposta à questão do DN sobre se a Lockheed se sentia verdadeiramente desafiada pela indústria europeia de aviação. “Sugiro que questione o presidente Trump ou o vosso Governo. Isso é política. (...) Os governos mudam. Os vossos governos também mudam. Trabalhamos com sucesso com todas as administrações. O programa é o programa certo e tem sido assim há décadas”, asseverou..Defesa. Suecos desafiam EUA na venda de caças de guerra a Portugal. Em Portugal já se pronunciou sobre o tema o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Cartaxo Alves, que defende os F-35, e Nuno Melo, que prefere abrir a porta a alternativas. “Há várias opções que têm que ser consideradas, nomeadamente no contexto de produção europeia e também tendo em conta o retorno que essas opções possam ter para a economia portuguesa”, declarou em março deste ano, em entrevista ao Público.