Tempos de espera a urrgência de adultos do Amadora-Sintra têm ultrapassado largamente o tempo recomendado.
Tempos de espera a urrgência de adultos do Amadora-Sintra têm ultrapassado largamente o tempo recomendado.

Diretor do Serviço de Urgência Geral do Amadora-Sintra demite-se

Hugo Martins, diretor do Serviço de Urgência do Hospital Fernando da Fonseca, apresentou a sua demissão ao Conselho de Administração já na semana passada, mas só hoje foi dada a conhecer esta decisão. Ao DN, gabinete de comunicação do hospital confirmou que a saída tem efeito desde o dia 1 de fevereiro.
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O diretor do Serviço de Urgência do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) apresentou na semana da passada a sua demissão ao Conselho de Administração da unidade. Segundo confirmou ao DN o gabinete e comunicação do hospital, esta decisão tem efeitos desde o dia 1 de fevereiro e "foram alegados motivos pessoais". A mesma fonte comentou que "já estamos a trabalhar na sua substituição". O DN apurou ainda que a demissão do diretor de serviço não foi sequer dada a conhecer à tutela.

Por outro lado, e apesar da decisão já ser da semana passada, só hoje foi comunicada a todos os chefes de equipa, mas sem serem referidos os motivos. No entanto, fontes hospitalares argumentaram ao DN que os motivos estarão na falta de recursos humanos nas equipas da urgência, que a administração não resolver. "São bem conhecidas as dificuldades que o serviço de urgência tem tido na resposta aos utentes nos últimos tempos", disseram ao DN.

Tempos de espera a urrgência de adultos do Amadora-Sintra têm ultrapassado largamente o tempo recomendado.
Ordem dos Médicos confirma Amadora-Sintra a trabalhar "muito abaixo dos limites de segurança clínica"

Fontes hospitalares confirmaram também ao DN que a decisão deste médico foi comunicada durante o dia desta segunda-feira a todos os chefes de equipa, mas sem serem referidos os motivos. “São conhecidas as dificuldades que o serviço de urgência tem tido na resposta à procura”, acrescentaram as mesmas fontes.

No último fim-de-semana, o tempo de espera para os doentes urgentes chegou a atingir as 15 horas para a primeira observação médica, mas, no fim-de-semana anterior, a espera destes doentes atingiu as mais de 30 horas, havendo no domingo à noite mais de 100 doentes que aguardavam pela primeira observação médica, tal como o DN noticiou. Algo que, segundo fontes da unidade, “nunca tinha sido registado”.

Na opinião das mesmas fontes, a falta de recursos humanos nas equipas das urgências é um dos principais motivos para os tempos de espera registados nos últimos tempos e sobretudo ao fim-de-semana.

Recorde-se que ao início da tarde desta segunda-feira e durante uma visita à Unidade Local de Saúde Santa Maria, em Lisboa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse que tais tempos de espera eram “inaceitáveis” e que “o problema, que não nasceu agora nem há dez meses, tem de ser resolvido”.

Tempos de espera a urrgência de adultos do Amadora-Sintra têm ultrapassado largamente o tempo recomendado.
Espera de doentes urgentes no Hospital Amadora-Sintra ultrapassou as 30 horas este fim de semana

A Ordem dos Médicos emitiu um comunicado esta tarde alertando a tutela para o facto de este hospital “estar a funcionar muito abaixo dos limites de segurança clínica”, nomeadamente na urgência de cirurgia geral, que continua com a porta aberta ao exterior, apesar de “não cumprir o recomendado”, refere o bastonário. Carlos Cortes recorda que, no fim-de-semana passado, o hospital, “contra todas as recomendações técnicas”, tinha uma escala com apenas 3 médicos, sendo 1 médico especialista e 2 médicos internos, quando o protocolo para as equipas das urgências definem que as equipas devem ser constituídas por seis elementos. “Uma realidade que põe em risco a segurança clínica, mas que, lamentavelmente, acontecerá na maioria dos dias de fevereiro” explica o bastonário.

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Ministra admite que tempos de espera nas urgências hospitalares são "inaceitáveis" e que problema tem de "ser resolvido"

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