Saída de dez cirurgões cria pressão no Serviço de Cirurgia Geral do Amadora-Sintra.
Saída de dez cirurgões cria pressão no Serviço de Cirurgia Geral do Amadora-Sintra.Foto: Júlio Lobo Pimentel / Global Imagens

Ordem dos Médicos confirma Amadora-Sintra a trabalhar "muito abaixo dos limites de segurança clínica"

Com apenas três médicos em escala na cirurgia geral, o hospital entrou numa situação de risco. O bastonário diz que a situação é "lamentável" e pediu a "intervenção imediata" do Governo para resolver esta situação.
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O Hospital Amadora-Sintra "está a funcionar muito abaixo" dos "limites de segurança clínica", segundo a Ordem dos Médicos.

Citado num comunicado, o bastonário Carlos Cortes considera "não ser adequado para a população manter uma urgência de cirurgia geral" que está "muito longe do recomendado".

No passado fim de semana, o hospital tinha escalados "apenas três médicos": um especialista e dois internos. Esta situação, alerta Carlos Cortes, "põe em risco a segurança clínica, mas que, lamentavelmente, acontecerá na maioria dos dias de fevereiro”.

Prestando assistência a uma área populacional "de mais de meio milhão de habitantes", o Amadora-Sintra, refere a Ordem, tem protocolos do serviço de urgência que definem como seis "o número mínimo de médicos" a estar de serviço.

Segundo Carlos Cortes, este trata-se de um "preocupante descalabro com elevados índices de insegurança tanto para os doentes como para os médicos".

Saída de dez cirurgões cria pressão no Serviço de Cirurgia Geral do Amadora-Sintra.
Ministra admite que tempos de espera nas urgências hospitalares são "inaceitáveis" e que problema tem de "ser resolvido"

Para o bastonário, é necessária "a intervenção imediata" do Ministério da Saúde para que se possam repor os "protocolos médicos definidos e a garantia de que as diversas unidades de saúde prestam os adequados serviços médicos às populações".

Em outubro, dez cirurgiões daquele hospital apresentaram a demissão após dois médicos -- que denunciaram alegadas más práticas -- terem regressado. Uma avaliação posterior da Ordem dos Médicos, no entanto, só identificou uma "má opção cirúrgica", tendo investigado 18 casos.

No último fim de semana de janeiro, os tempos de espera de doentes urgentes ultrapassou as 30 horas, como noticiou o DN. Nessa altura, Carlos Cortes admitia que estes números eram "absolutamente inaceitáveis e desumanos, para os utentes e para quem está a trabalhar”, que "a Ordem vai questionar o hospital sobre o que se passou". "É o que fazemos quando há uma situação anómala, e esta é tudo menos uma situação normal”, frisou.

Esta segunda-feira, a Ministra da Saúde considerou que é "inaceitável" ter estes tempos de espera e prometeu tomar medidas brevemente. “15, 16, 17 horas à espera de se ser assistido numa urgência hospitalar é inaceitável. Tomaremos medidas muito em breve nesse sentido", disse.

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Espera de doentes urgentes no Hospital Amadora-Sintra ultrapassou as 30 horas este fim de semana

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