Um bombeiro de 35 anos da cidade de Machico, na ilha da Madeira, foi detido na tarde desta terça-feira, 26 de agosto, por ter agredido violentamente a mulher, de 34, em frente ao filho de nove anos, num ato que foi filmado por câmaras de videovigilância e tornou-se viral nas redes sociais. O suspeito vai ser ouvido ainda esta quarta-feira, 27 de agosto, por um juiz para que lhe sejam aplicadas as medidas de coação.Este caso de violência doméstica foi captado pelas câmaras de videovigilância no domingo, tendo depois sido difundidas na internet, levando a que o Ministério Público da Madeira tivesse emitido um mandato para a detenção do suspeito "fora de flagrante delito", de acordo com um comunicado do comando regional da PSP.Como consequência das agressões, a vítima sofreu, segundo o Diário de Notícias da Madeira, um grande hematoma num olho, tendo sido submetida a uma cirurgia no Hospital dr. Nélio Mendonça, no Funchal, de onde já teve alta. Ainda assim, poderá ser necessário voltar a ser intervencionada. A mulher encontra-se agora em casa de familiares, com proteção policial. A criança está também à guarda de familiares.As agressões testemunhadas em vídeo terão ocorrido em casa de um familiar da vítima, no momento em que abriu a porta dessa residência. Foi nessa altura que foi espancada pelo marido, enquanto o filho tentava impedir as agressões ao mesmo tempo que pedia ao pai para que parasse com as agressões, ouvindo-se gritos e choro. Tudo isto foi captado pelas câmaras de videovigilância, cuja existência era desconhecida do suspeito.O homem admitiu ao mesmo jornal madeirense ter agredido a mulher, ato pelo qual disse estar “profundamente arrependido”, revelando que em causa estavam problemas conjugais. “Estamos casados há 18 anos. Vi umas mensagens e fiquei cego. Foi isso que aconteceu e peço desculpa”, disse.Em declarações à RTP Madeira, a secretária regional para a inclusão, Paula Margarido, afirmou que estas imagens "não serão admitidas em tribunal", pois "é considerada uma prova ilícita porque foi efetuada sem o consentimento". Ainda assim, admitiu tratarem-se de imagens de "uma brutalidade avassaladora" e revelou uma conversa que manteve com alguém do poder judicial que lhe confidenciou que há muitos casos "iguais ou piores que estes e que ninguém sabe".Entretanto, os Bombeiros Municipais do Machico, do qual o suspeito faz parte, emitiu um comunicado em que fala de "um ato completamente reprovável" de um membro da sua corporação, sublinhando que é "totalmente contra qualquer tipo de violência", fazendo votos para que "o caso seja tratado pelas devidas entidades responsáveis" e para que "a justiça seja feita".Esta corporação revelou ainda que os seus serviços jurídicos também estão "a tomar os devidos procedimentos".