As reclamações relacionadas com a falta de higiene nos transportes públicos aumentou mais de 57% em junho, identificou o Portal da Queixa. As principais queixas dizem respeito a lixo acumulado, odores desagradáveis e presença de baratas, sendo Carris Metropolitana, CARRIS e CP - Comboios de Portugal as entidades mais visadas.Entre 1º de janeiro e 20 de julho deste ano, foram registadas no Portal da Queixa 1172 reclamações dirigidas ao setor dos transportes públicos, que engloba as categorias "Transportes Coletivos de Passageiros" e "Comboio e Metropolitano", indica um comunicado enviado às redações.A falta de condições de higiene nos transportes públicos corresponde a 23% das reclamações registadas e reflete "um preocupante grau de insatisfação entre os passageiros". Os dados recolhidos mostram um aumento no número de reclamações, com destaque para o segundo trimestre de 2025, que apresentou um crescimento de 27,21%, em relação ao mesmo período do ano passado. E junho foi mesmo o mês com a maior variação em termos homólogos, observando-se uma subida de 57,81% no volume de queixas.A falta de higiene é uma das principais causas de insatisfação, mas o motivo mais reclamado é a falha ou má qualidade do serviço dos transportadores (27,47%). Atrasos e interrupções (14,68%), atendimento ao cliente ineficiente (11,86%), questões financeiras e contratuais (9,30%); falta de segurança (8,70%) e falhas técnicas e operacionais (3,75%) também tem sido alvo de queixas."Ao Portal da Queixa chegaram denúncias de passageiros que testemunharam a presença de baratas no interior dos veículos, com relatos alarmantes de condições que podem colocar em risco a saúde pública, como o caso de Ana Apolinário, que descreveu a presença de baratas a subir pelas pernas dos passageiros num autocarro da Carris Metropolitana. Também André Soares relata o mesmo cenário: 'É com frequência alarmante que me deparo com a presença de baratas no interior dos veículos, situação que se tem vindo a agravar ao longo do tempo. Esta realidade é inaceitável.'", pode ler-se na nota.A Carris Metropolitana é a entidade mais visada (19,97%), seguida de CARRIS (18,52%), CP - Comboios de Portugal (16,98%), UNIR (13,48%), Fertagus (9,64%), STCP (4,44%), Metro do Porto (4,18%), Metropolitano de Lisboa (3,41%), Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) (2,39%) e Transportes Coletivos do Barreiro (2,05%). A distribuição geográfica das reclamações mostra maior incidência em Lisboa, Porto e Setúbal, regiões onde a densidade de transporte público é maior. A maioria dos consumidores que reclamaram são do género feminino (56,51%) e a faixa etária predominante situa-se entre os 25 e os 54 anos.Para Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, “a falta de condições de higiene nos transportes públicos é um problema que os passageiros enfrentam diariamente e que tem vindo a ganhar expressão no Portal da Queixa". "Em 2025, quase um em cada quatro reclamações relacionadas com o setor denunciam situações de insalubridade, sendo algumas verdadeiramente alarmantes, como a presença de baratas. Estes dados devem servir de alerta para as entidades responsáveis, que não podem continuar a ignorar uma questão tão básica como garantir um ambiente minimamente higiénico nos serviços públicos de transporte", afirmou, citado pelo comunicado..Empresa de Transportes Metropolitanos de Lisboa quer ouvir ideias dos cidadãos para melhorar a mobilidade.Lucro da CP abranda para metade em 2024 para 1,8 ME e passageiros crescem 8,7%