Desde 2010 até este ano, a Polícia Judiciária registou 66 crianças assassinadas, entre as quais 26 recém-nascidos. Estes números foram apresentados esta quarta-feira, 26 de dezembro, na conferência "Cuidar e Proteger: Prevenir a Violência sobre as Crianças", que decorreu na sede desta instituição policial, em Lisboa e que fazem parte de um estudo do Instituto de Apoio à Criança realizado em parceria com a PJ.Os resultados ainda são preliminares, mas já permitiram tirar algumas conclusões. A coordenadora do estudo, Fernanda Salvaterra, indicou que das 66 crianças mortas (uma delas ainda em 2009 mas encontrada em 2010), 40% eram recém-nascidas e 30% tinham menos de três anos. As mães são as autoras em 64% do total dos casos, os pais em 12% e ambos os progenitores em 9%.No que diz respeito aos recém-nascidos assassinados, a maioria dos casos (92%) ocorreu na região da Grande Lisboa. Onze destes casos já foram analisados através de acordãos dos tribunais e permitiu concluir, segundo a coordenadora do estudo, que "todas as gravidezes foram não desejadas, foram escondidas" e que as mães sentiam que não tinham apoio.Fernanda Salvaterra realçou ainda que "há um progenitor que nunca aparece" e que nunca é indiciado ou punido criminalmente, sendo as mães aquelas que assumem o ato.O objetivo deste estudo - que recebeu dos tribunais informação acerca de 30% dos 66 casos - é encontrar pontos comuns que possam servir de alerta e ajudar a prevenir situações futuras..Supremo Tribunal de Justiça confirma pena de 25 anos para mãe da menina Jéssica.Morte de Valentina. Pai e madrasta acusados de homicídio qualificado