Rui Rocha deixou a liderança da IL no final da semana passada. sucessão está em aberto.
Rui Rocha deixou a liderança da IL no final da semana passada. sucessão está em aberto.FOTO: Leonardo Negrão

Rui Malheiro admite liderar IL, mas Mariana Leitão é também hipótese

“Apanhado de surpresa” pela saída de Rui Rocha, Rui Malheiro é o único, para já, que se perfila para assumir o cargo. Mas terá concorrência não assumida no círculo próximo do líder demissionário.
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"Fiz tudo pelo partido e fiz tudo com total desprendimento.” Esta garantia veio do agora presidente demissionário da IL, Rui Rocha, que no sábado se demitiu, argumentando que há agora um novo ciclo político para o qual a IL não parte “com a preponderância de um peso eleitoral pelo qual” o partido lutou. Ainda assim, teve o seu melhor resultado de sempre nas legislativas de 18 de maio. Alegando “surpresa” face a esta decisão, o declarado opositor de Rui Rocha na última convenção, em fevereiro, Rui Malheiro, admitiu retomar esse caminho para chegar ao topo desta recente força política, que só está no Parlamento desde 2019. Porém, Malheiro só o fará se sentir que tem “uma base de apoio sólida”. E ainda pode haver mudanças estratégicas internas, se Mariana Leitão quiser suceder a Rui Rocha.

A IL deu os primeiros passos em 2016, sob a “forma da Associação Iniciativa Liberal”, que nasceu da vontade “de um grupo de cidadãos que pretendia explorar a viabilidade de um partido liberal em Portugal”, explica o partido na sua página oficial. Só em dezembro de 2017 é que foi oficializada como partido político pelo Tribunal Constitucional, e em 2019 chegou à Assembleia da República, com o seu líder da altura, João Cotrim de Figueiredo, que, apesar de liderar um partido ainda jovem, já tinha dois antecessores, que deixaram o lugar cimeiro no partido por motivos diferentes, e que por isso também podem afastar um regresso.

O primeiro presidente da IL, Miguel Ferreira da Silva, acabou por deixar o cargo em divergência com o partido, por manter como página oficial no Facebook a página que surgira nesta rede social para apoiar a candidatura de António Costa à liderança do PS. “Obviamente, demito-me. Liberdade implica responsabilidade”, escreveu Miguel Ferreira da Silva na sua página pessoal, sublinhando a sua divergência com o partido. Mais tarde, em 2024, seria nomeado pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, já no Governo de Luís Montenegro, como técnico especialista.

Como seu sucessor na IL, o atual deputado Carlos Guimarães Pinto também não aqueceu o lugar, tendo deixado o cargo após as legislativas de 2019, quando João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista por Lisboa, foi o único deputado do partido a ser eleito. “Não me podem pedir que continue a sacrificar a minha vida por uma causa. Foi um ano intenso em que tive que abdicar de muito para fazer este caminho. Fi-lo numa altura em que ninguém o teria feito. Criei as condições para que outros o possam fazer daqui para a frente com recursos que eu nunca tive e, espero eu, menos sacrifícios pessoais. Não me podem exigir mais”, justificou Guimarães Pinto através do Facebook, deixando o caminho livre para Cotrim de Figueiredo.

Por seu turno, em 2022, Cotrim de Figueiredo deixou a liderança do partido - já com uma bancada com oito deputados -, justificando que o fazia para dar “oportunidade a uma nova liderança de estar em funções com suficiente antecedência em relação aos próximos atos eleitorais”. Acabaria por ser eleito eurodeputado nas eleições para o Parlamento Europeu de 2024.

Rui Rocha acabaria por ser eleito em 2022, numa corrida contra Carla Castro e José Cardoso. Na altura, Rui Rocha defendeu como meta eleitoral um resultado nas legislativas seguintes que passaria por 15% dos votos. Quando foi reeleito líder da IL, em 2025, Rui Rocha já não estabeleceu metas eleitorais, ao contrário do seu opositor, Rui Malheiro.

Este ano, logo após as legislativas, com o seu melhor resultado de sempre, a IL tem nove deputados (teve oito em 2024 e 2022 e um em 2019).

Perante a demissão de Rui Rocha, nenhum dos quatro vice-presidentes da IL quis assumir a liderança do partido, ficando esta, interinamente, a cargo do secretário-geral do partido, Miguel Rangel. Ainda assim, um dos vices, a líder parlamentar na última legislatura, Mariana Leitão é também um dos nomes mais falados para o cargo. Mas é também, neste momento, a candidata do partido à Presidência da República.

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