Rocha e Tavares são os únicos com nota positiva. Montenegro está em queda há três meses

Rocha e Tavares são os únicos com nota positiva. Montenegro está em queda há três meses

A quebra que se verificou na confiança para primeiro-ministro reflete-se também na opinião sobre a conduta de Luís Montenegro. André Ventura tema pior avaliação. Pedro Nuno Santos recupera um pouco.
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Em queda constante. É este o desempenho de Luís Montenegro, enquanto líder partidário, nos últimos três meses, a avaliar pelos dados do barómetro DN/Aximage - 55% dos inquiridos consideram que a atuação do líder do PSD é negativa. A trajetória descendente acontece desde o início do ano. Olhando para os últimos dois barómetros feitos pela Aximage para o DN, vê-se que, em janeiro, o ainda primeiro-ministro tinha um saldo positivo (14%), que reduziu no mês seguinte (11%). Por outras palavras: desde janeiro, o líder do PSD teve uma queda de 32 pontos percentuais na sua avaliação de desempenho. Esta quebra reflete-se também na confiança para as legislativas (em que Montenegro perdeu seis pontos no espaço de um mês), como o DN noticiou na quinta-feira.

Ninguém, no entanto, tem tanta rejeição quanto André Ventura, líder do Chega, que teve avaliações negativas de 68% dos participantes. Este cenário tem sido uma constante, mas, entre 6 e 8 de março (datas em que o barómetro foi feito), Ventura teve a maior percentagem de avaliações negativas desde o início do ano (em janeiro estava nos 65%). Isto significa que, apesar desta elevada taxa de rejeição, o desempenho do líder do Chega caiu 3% em dois meses.

Nuno Melo, líder do CDS, tem números mais positivos. Ainda assim, 42% dos inquiridos acham que a atuação do também ministro da Defesa foi negativa. É, na verdade, a avaliação mais positiva desde janeiro (nesse mês, a rejeição estava nos 50% e, em fevereiro, passou para os 46%).

Também com avaliação negativa está Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, cujo desempenho não convenceu metade dos participantes neste barómetro. Este valor representa uma ligeira melhoria (de dois pontos percentuais) em relação a fevereiro (52%) e a janeiro (51%).

Ainda à esquerda, Mariana Mortágua, coordenadora do BE, manteve-se com a mesma percentagem de avaliações negativas (58%) em relação ao mês anterior. Já Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, teve a rejeição de 57% dos inquiridos para este estudo, piorando também dois pontos percentuais em relação ao barómetro anterior.

Não obstante a tendência de queda da maior parte dos líderes políticos, há dois que, no último mês, tiveram uma trajetória ascendente: Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, e Rui Tavares, porta-voz do Livre. São, aliás, os únicos com saldo positivo entre barómetros.

O líder da IL foi aquele que mais avaliações positivas teve (39%), o que representa uma melhoria de quatro pontos percentuais em relação aos dois anteriores estudos. Aumento mais pequeno teve Rui Tavares, que reuniu 37% de aprovação ao seu desempenho (mais dois pontos em relação a fevereiro).

Fazendo a correlação com o sentido de voto das últimas eleições legislativas (em março de 2024), há alguns dados em destaque. Desde logo, que 84% dos eleitores do Chega avaliam positivamente André Ventura e, ainda que em menor volume (42%), Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal. Por outro lado, Ventura é aquele que menos agrada a quem se absteve nas legislativas de 2024, tendo 58% de avaliações negativas - em sentido contrário, Luís Montenegro e Rui Tavares tiveram um desempenho positivo para 35% dos abstencionistas.

Além destes dados, é ainda possível concluir que o desempenho do presidente do PSD teve a maior rejeição entre os eleitores do BE (78%). Porém, este dado, como indica a Aximage na metodologia do barómetro, deve ser lido a “mero título indicativo” (tal como os referentes às bases da IL, PCP, Livre e PAN), uma vez que tem um valor “muito reduzido”. Dito isto, os eleitores liberais foram dos que mais reprovaram a atuação de André Ventura - 76%, só ultrapassado pelos 79% dos eleitores do PS. E mais de metade (53%) acreditam que o desempenho de Luís Montenegro foi negativo.

Estendendo ainda esta análise às classes sociais, é nas duas mais altas (A e B) que André Ventura tem menos aprovação (78%). Em sentido contrário, Rui Rocha é quem melhor impressão causou nos eleitores destas duas classes (43%). Já na mais baixa de todas, Pedro Nuno Santos é o líder com avaliação mais positiva (43%), mas por pouco. Perto está Luís Montenegro, com 41%.

Por idades, o líder da IL é quem mais aprovação reúne na faixa etária dos 18 aos 34 anos (50%). Em sentido contrário, 65% dos jovens avaliam negativamente André Ventura. Já metade dos inquiridos acima dos 65 anos avaliaram positivamente Pedro Nuno Santos.

Ana Paula Martins: a ministra com pior avaliação

Além da avaliação aos líderes partidários, o barómetro da Aximage procurou também saber que opinião têm os inquiridos sobre ministros. E, à questão de como avaliavam a prestação dos governantes, 66% avaliaram negativamente a prestação de Ana Paula Martins, ministra da Saúde, e um dos nomes que mais críticas tem recebido desde que assumiu funções. Tendo em conta que este barómetro foi realizado no início do mês, as conclusões do relatório preliminar da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) à greve do INEM (que identificou falhas na atuação do ministério), esse episódio pode ter contribuído para a queda de seis pontos percentuais em relação ao estudo anterior (onde tinha 60% de avaliações negativas).

De acordo com os dados do barómetro, a desconfiança é maior, sobretudo, nos homens (66% avaliam a “mal” ou “muito mal” a titular da pasta da Saúde) e na faixa etária entre os 50 e os 64 anos (73%).

Claramente negativo foi também o desempenho de Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, que é o segundo ministro com pior desempenho. E a semelhança com Ana Paula Martins estende-se, também, nos dados de idade e género: metade dos homens avaliam negativamente o desempenho do ministro, percentagem que aumenta (56%) para a faixa etária entre os 50 aos 64 anos.

Em sentido contrário, Fernando Alexandre (ministro da Educação, Ciência e Inovação) e Joaquim Miranda Sarmento (ministro das Finanças) têm, ambos, avaliação positiva: 42% e 43%, respetivamente. Este dado já se verificava, aliás, há um mês, aquando do barómetro anterior.

Aqui, são novamente os homens quem avalia melhor Miranda Sarmento (45%) e os mais velhos (51%). Tal como acontece com o ministro da Educação, em que os inquiridos do sexo masculino (48%) têm melhor impressão, a que se juntam os 50% dos participantes acima dos 65 anos.

Ficha técnica

Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política.

Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.

Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 601 entrevistas efetivas: 540 entrevistas CAWI e 61 entrevistas CATI; 291 homens e 310 mulheres; 129 entre os 18 e os 34 anos, 158 entre os 35 e os 49 anos, 157 entre os 50 e os 64 anos e 157 para os 65 e mais anos; Norte 203, Centro 131, Sul e Ilhas 79, Área Metropolitana de Lisboa 188

Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Inter viewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 6 e 8 de março de 2025.

Taxa de resposta: 74,39%.

Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 4,0%. Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

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