Fernando Medina, ex-ministro socialista
Fernando Medina, ex-ministro socialistaRita Chantre / Global Imagens

PS deve viabilizar Governo se Montenegro quiser "combater a progressão da extrema-direita", diz Medina

Viabilização do Governo da AD pelo PS só deve acontecer mediante condições, entre as quais a ausência da IL do espaço de governação, diz Medina, sem adiantar se é candidato à liderança socialista.
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O antigo ministro das Finanças defende que o PS deve viabilizar a entrada em funções do novo Governo da AD, coligação que ganhou as eleições legislativas de domingo, mas mediante determinadas condições, entre as quais "um compromisso de diálogo permanente" com os socialistas, mas não só. "Para dançar o tango são precisos dois", diz Fernando Medina.

Para o ex-responsável pela pasta das Finanças de António Costa, a coligação que junta PSD e CDS-PP deve clarificar determinadas questões relevantes para o PS, como a posição que a AD tem sobre a extrema-direita e a Iniciativa Liberal (IL).

Questionado no programa Conversa de Eleição, da Rádio Renascença, se o PS devia dizer já se viabiliza este programa do Governo e o Orçamento do Estado, Medina responde ao afirmar que é da opinião de que a primeira palavra cabe ao primeiro-ministro.

"Se ficar claro que Luís Montenegro quer combater a progressão da extrema-direita, se a Iniciativa Liberal não estiver dentro do espaço da governação e se houver um compromisso do que é um diálogo ativo, permanente e empenhado com o PS, eu defendo que o Partido Socialista não deve inviabilizar a entrada em funções do atual governo", considera o antigo governante.

Medina reforça a necessidade de um "diálogo permanente" entre o Governo da AD e o PS "para se assegurar a estabilidade num quadro mais alargado do tempo".

No mesmo programa, Fernando Medina fala num resultado "muito doloroso" para o partido, que levou à demissão do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, logo na noite das legislativas de domingo, que ditaram a eleição de 58 deputados para o PS, os mesmos do Chega - ainda sem contabilizar os votos do círculo da emigração.

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"Há muita coisa para digerir, muita coisa para refletir"

Medina não adianta se vai entrar na corrida à liderança do PS, numa altura em que José Luís Carneiro, ex-ministro da Administração Interna, já assumiu a candidatura, que deverá anunciar de forma oficial na Comissão Nacional do partido, que vai reunir no sábado.

"Temos que ter tempo de reflexão e de, em primeiro lugar, ter respeito pelo secretário-geral que está em funções, por uma campanha muito dura, muito exigente e por um resultado que foi muito doloroso e que é muito doloroso para o Partido Socialista e para os seus militantes, simpatizantes", reconhece o também antigo presidente da Câmara de Lisboa.

Perante a insistência sobre uma possível candidatura a secretário-geral do PS, Medina responde: "Não me iriei pronunciar nos próximos dias". Justifica a decisão por considerar não ser este o tempo para o fazer. "Há muita coisa para digerir, muita coisa para refletir", analisa.

Perante os resultados das legislativas de domingo, o Presidente da República começa esta terça-feira a ouvir os partidos políticos que obtiveram representação parlamentar.

Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir primeiro o PSD , às 11:00, o PS às 15:00 e o Chega às 17:00.

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