O descalabro que o PS e quase toda a esquerda sofreram no domingo impediu a estreia na Assembleia da República dos socialistas Pedro Pinto de Jesus e Hugo Mendes, ambos próximos de Pedro Nuno Santos, ou da bloquista Andreia Galvão. Ainda assim, a próxima legislatura será marcada por dezenas de novas figuras, incluindo muitos jovens.Exemplo evidente disso foi a eleição dos dois principais responsáveis pelas estruturas juvenis do PSD e do PS. O presidente da JSD, João Pedro Louro, que nas anteriores legislativas recusara um lugar não elegível em Setúbal, foi o 11.º da AD em Lisboa, enquanto a secretária-geral da JS, Sofia Pereira, ainda teve maiores facilidades para assegurar lugar no hemiciclo, pois foi a segunda candidata socialista pelo Porto. Mas a líder da Juventude Chega, Rita Matias, também viu reforçado o contingente, pois Madalena Cordeiro e Daniel Teixeira foram reeleitos e o crescimento eleitoral do partido assegurou assentos parlamentares aos atuais assessores parlamentares Rui Cardoso e Ricardo Lopes Reis, e ainda à famalicense Lina Pinheiro.Com a AD a optar pela continuidade nas listas de deputados - embora os grupos parlamentares do PSD e do CDS ainda estejam dependentes de quem terá lugar no (presumível) próximo Governo -, destacam-se o cabeça de lista por Évora, Francisco Figueira, que era chefe de gabinete do grupo parlamentar social-democrata, a algarvia Bárbara Correia ou a minhota Sofia Fernandes. Mas grande parte das novidades estarão na bancada do Chega, incluindo os novos cabeças de lista Paulo Seco (Coimbra), João Aleixo (Portalegre) e Francisco Lima (Açores). E, ente outros, a enfermeira Cláudia Estevão (Setúbal) e a assessora política Patrícia Almeida, que já era deputada municipal em Loures.No legado que Pedro Nuno Santos deixa para a próxima bancada parlamentar do PS destacam-se duas figuras: o antigo diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, que foi cabeça de lista pelo Porto e fez muitas críticas ao Governo de Luís Montenegro, e a ativista e rapper Eva Cruzeiro, que viveu longos anos em Angola, onde deu início à carreira musical, com o nome artístico Eva Rapdiva, agora eleita por Lisboa. Também há regressos, como os dos alentejanos Luís Testa (Portalegre) e Pedro do Carmo (Beja), tal como a ida para São Bento de vários autarcas em fim de mandato, como o madeirense Emanuel Câmara. E o antigo secretário de Estado das Infraestruturas (adjunto de Pedro Nuno Santos quando ele era ministro da pasta) Frederico Francisco, eleito por Lisboa.No que toca à Iniciativa Liberal, apesar de o reforço do grupo parlamentar ter ficado abaixo dos melhores cenários, há três novidades. Uma das vice-presidentes do partido, Angelique da Teresa, foi eleita por Lisboa, tal como o ex-assessor parlamentar Jorge Teixeira, que é especialista em inteligência artificial, enquanto o secretário-geral Miguel Rangel vai para o Parlamento como segundo candidato pelo Porto.Também reforçado, de quatro para seis deputados, o Livre tem agora Jorge Pinto e Teresa Pinto eleitos pelo Porto, mas a segunda cumpriu parte da anterior legislatura, em regime de substituição. Novidade absoluta é a terceira deputada por Lisboa, a professora catedrática do Instituto Superior Técnico Patrícia Gonçalves, também presidente da direção do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, que está no partido desde 2014 e tem sido uma das substitutas de Rui Tavares na vereação da Câmara de Lisboa.Também da Madeira vem o deputado único do Juntos pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, que não se poderia recandidatar a mais um mandato como presidente da Câmara de Santa Cruz nas autárquicas deste ano..Seixal. Em terra que se diz de Abril e do Avante!, o Chega cantou vitória pela primeira vez.Portugal virou à direita: o que isso significa para os imigrantes?.Crise “histórica” no PS. AD mesmo com liberais “depende” de Ventura