A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, é alvo de críticas.
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, é alvo de críticas. Foto: ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Propostas laborais. CPPME critica simplificação no despedimento

Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas ataca Executivo por medida que prevê que se deixe de apresentar provas ou testemunhas durante o processo disciplinar.
Publicado a
Atualizado a

O Governo estará interessado em avançar com uma projeto-lei que facilite os despedimentos por justa causa. Avança o Jornal de Negócios que o Executivo tentará fazer aprovar uma medida que pressupõe deixar de se apresentar provas pedidas pelo trabalhador ou sequer ouvir testemunhas durante o processo disciplinar. Isto aplicar-se-ia a empresas com menos de 250 trabalhadores – micro, pequenas e médias empresas. Ou seja, mais de 99% do tecido empresarial.

No despedimento por justa causa, o empregador comunica a intenção de despedir o trabalhador, adiciona uma nota de culpa com a descrição dos factos que o justificam. O trabalhador, por sua vez, tem dez dias úteis para responder e pode solicitar provas ao empregador. Os patrões são obrigados a ouvir três testemunhas por cada facto descrito na nota de culpa e dez no total, apresentando, depois, o processo a uma comissão de trabalhadores ou sindicato.

O plano do Executivo será agora acabar com a parte da instrução, permitindo às empresas despedir trabalhadores sem apresentar provas requeridas pelo trabalhador e a ouvir as testemunhas.

José Sócrates também tentou tornar facultativas as diligências probatórias. Mas, na altura, a proposta foi declarada inconstitucional. Foi, exatamente, por aí que começou o comunicado da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

"A proposta do Governo para simplificar despedimentos por justa causa e acabar com apresentação de testemunhos e provas, merece violenta rejeição por parte da CPPME porque: já em 2010 foi considerada inconstitucional, é reveladora de saudosismo e visão retrógrada e que mostra incapacidade de ouvir quem está no terreno", pôde ler-se em nota enviada às redações.

A CPPME afirma ter pedido uma reunião com a ministra Maria do Rosário Palma Ramalho e "até à data nenhuma resposta" terá recebido. "Esta medida volta a proteger grupos em detrimento das micro, pequenas e médias empresas e faz um ataque ultrajante aos direitos dos seus trabalhadores", conclui.

A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, é alvo de críticas.
CGTP e UGT questionam constitucionalidade da simplificação dos despedimentos por justa causa
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, é alvo de críticas.
Alterações à lei laboral vão ter oposição nas ruas: manifestações marcadas para 13 de setembro
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, é alvo de críticas.
Síntese: Principais propostas do Governo para mudar a legislação laboral

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt