O candidato presidencial António José Seguro desafiou este sábado, 13 de dezembro, André Ventura a dizer se é contra ou a favor da reforma laboral que o Governo apresentou aos parceiros sociais.“Há uma coisa que o país precisa de saber. É qual é a posição clara do deputado André Ventura, que já disse uma coisa e o seu contrário. É importante que o tempo comece a contar para que diga, com clareza, se vai votar contra esta proposta na Assembleia da República”, afirmou Seguro à agência Lusa durante a visita ao mercado municipal da Guarda.Lembrando que a proposta do Governo “não tem o acordo dos trabalhadores, nem da concertação social”, António José Seguro disse esperar que o também candidato presidencial André Ventura, “venha, rapidamente, clarificar a sua posição, porque a política não é dizer hoje uma coisa e amanhã outra”.“A política é assumir com frontalidade e com clareza qual é a sua posição. Portanto, fico à espera da resposta do deputado André Ventura”.Na Guarda, onde vai passar o dia, António José Seguro recordou que já apelou ao Governo para que, “com humildade democrática, reconheça que a proposta [da reforma laboral] não tem sentido absolutamente nenhum e que a deve retirar”.António José Seguro promete ser “a voz de um país inteiro” se for eleito Presidente da República porque o interior de Portugal precisa “de muita voz”, pois tem sido “desprezado”.O candidato lembrou que é “o único com possibilidade de ganhar estas eleições que nasceu no interior de Portugal, que conhece bem o interior, que investiu e tem as suas poupanças investidas no interior e, portanto, eu serei a voz de um país inteiro”.António José Seguro começou o dia com uma visita ao mercado municipal da Guarda, onde foi abraçado e cumprimentado carinhosamente por dezenas de guardenses, que não esqueceram “o Tó Zé”.Natural de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, o agora candidato presidencial foi líder da Federação do PS da Guarda no final da década de 1990 e eleito deputado nas legislativas de 1999.Retirado da política ativa há mais de dez anos, continua a ser militante da secção socialista local com o número 8.546.“Hoje, estou de coração cheio por reencontrar velhos amigos e ver que as pessoas na Guarda me continuam a receber como há tempos, quando fui deputado. É um dia de muitas emoções”, afirmou aos jornalistas, no final da visita ao mercado municipal da Guarda, onde desejou boas festas e falou com vendedores e clientes.Segundo António José Seguro, o interior precisa “de muita voz porque tem sido desprezado, tem havido atrasos em muitos investimentos e, mesmo quando se promete, depois não se concretiza”.Um exemplo de promessas por cumprir foi o que se passou no pós-incêndios de 2022, na Serra da Estrela.“Prometeram 155 milhões de euros para esta zona e quanto chegou? Pouquíssimo. Portanto, chega de promessas, é preciso olhar para o interior. Eu sei que no interior há poucos votos, mas há muitos portugueses que continuam a trabalhar, a resistir, a criar riqueza e aqui há oportunidades, há inteligência, há competência”, realçou.António José Seguro disse que é preciso “romper o centralismo que desconfia destas regiões” e que, se for Presidente da República, vai “dar voz a quem não a tem” no interior, onde há gente “que tem preocupações e quer ser ouvida”.“Hoje, encontrei muita gente que me disse que a esperança voltou a renascer quando me apresentei como candidato a Presidente da República. Eu quero traduzir essa esperança em coisas concretas para que os portugueses vivam melhor também no interior do nosso país”, acrescentou.O candidato lembrou que pretende promover Presidências de proximidade, "Presidências Abertas”, para ouvir “os portugueses e, sobretudo, as reivindicações que são necessárias para o interior".“Há tanto para fazer aqui e as soluções estão à vista. Portanto, só é preciso coragem, liderança e quem defenda os interesses do interior”, sustentou.António José Seguro acrescentou que, se for eleito, vai reunir-se todas as quintas-feiras com o primeiro-ministro e defender junto do Governo a existência de planos de desenvolvimento para o interior “ligados a objetivos que ajudem a fixar jovens, a investir e a criar aqui riquezas com mais valor para que também se possam pagar melhores salários”.“Eu sou esse Presidente que quer ser um Presidente também do interior, um Presidente do país inteiro”, sintetizou.Lembrando que o seu pai era dono de uma papelaria em Penamacor, o candidato presidencial voltou a lamentar a possibilidade de a distribuição de jornais ser suspensa em oito distritos do interior.“Sei a importância do que é ler, estar informado, ter notícias e dar voz aos problemas do interior. Quando não se conhecem os problemas, o poder adormece, e nós temos um poder muito centralista”, lamentou.Para António José Seguro, “um jornal é uma forma de coesão e de ligação entre pessoas, que leem as notícias, conversam, discutem”, por isso, acabar com a sua distribuição será “retirar toda uma dinâmica e uma coesão social que existe no interior”.“Não acredito que isso venha a acontecer e lutarei para que isso não venha a acontecer”, comprometeu-se..André Ventura anuncia que votará contra pacote laboral se não houver cedências do Governo.António José Seguro desafia governo a retirar proposta laboral