O candidato presidencial António José Seguro apelou esta sexya-feira, 12 de dezembro, ao governo para retirar a proposta laboral e iniciar novas conversações para haver paz e estabilidade social necessárias e disse que será um presidente exigente com governo e partidos.“Volto a fazer um apelo ao governo para que retire esta proposta e inicie novas conversações na concertação social entre empresários e representantes dos trabalhadores”, desafiou o candidato.No entender de António José Seguro, o pacote apresentado pelo governo “fere um princípio democrático, porque esta proposta de legislação laboral não foi apresentada aos eleitores na campanha eleitoral, depois falhou na concertação social”.“Não percebo, nem a oportunidade nem a necessidade desta legislação laboral. Temos problemas no país aos quais temos de dar resposta e um deles é termos uma economia mais competitiva”, entendeu.E nesse sentido, a proposta da legislação laboral “não ajuda” a cumprir com os objetivos necessários à economia competitiva, já que “não corresponde” no “combate à desigualdade salarial entre homens e mulheres”, nem “evita que os jovens emigrem para fora de Portugal”.“Portanto, pergunta-se porquê? Não se percebe a oportunidade de uma lei que ainda por cima vem dividir os portugueses quando nós precisamos de unir os portugueses e de mobilizarmo-nos em respostas aos problemas concretos do país”, disse.António José Seguro defendeu que um país “para progredir tem de ter estabilidade política, mas também precisa de paz social” e “o governo é que tem de ter responsabilidades para criar condições para criar essa paz social.Sem querer comentar os números divulgados, quer pelo Governo, quer pelas centrais sindicais, o candidato a Presidente da República realçou que o que lhe “interessa é um país que precisa de crescer economicamente e ser mais competitivo” e essa “é a urgência necessária” para Portugal.“Quero ser um Presidente da República que seja exigente com os partidos e com os governos para resolverem os problemas dos portugueses e mobilizar o país que tem talento, inteligência e o país tem de voltar a acreditar e ter um projeto de esperança”, defendeu.E acrescentou: “Temos de saber qual é o nosso desígnio e trabalharmos nesse sentido. Esse é o papel do Presidente da República. Venho para unir as pessoas. Há demasiada divisão, há demasiado ódio e venho para promover a esperança no nosso país”.António José Seguro assumiu-se ainda uma “pessoa sempre positiva” e por isso apelou ao diálogo, “porque a democracia é diálogo, não pode ser é eterno” e “é preciso acabar com os braços de ferro em Portugal e promover uma cultura de compromissos e promover uma cultura de soluções para os problemas” de Portugal.“O país tem o diagnóstico feito, tem soluções, tem propostas. O que é que falta? Falta liderança. E eu como Presidente da República quero ajudar a criar essa liderança, essa iniciativa e essa firmeza”, assumiu.O candidato destacou que “há portugueses e milhares de famílias com dificuldades para chegar ao final do mês, há pessoas que sobrevivem, não vivem” e por isso é que o país precisa “de uma economia mais competitiva para pagar melhores salários às pessoas, para tirar as pessoas da pobreza”.“Temos dois milhões de pobres em Portugal. É altura de parar com as politiquices, com as políticas partidárias e concentrarmo-nos no essencial; encontrar soluções para melhorar a vida dos portugueses”, redorçou..Ministra do Trabalho convoca UGT para reunião na próxima terça-feira.Quer jornais no interior do país. O candidato, que falava aos jornalistas à saída da Câmara Municipal de Viseu, após uma visita ao presidente, João Azevedo, vencedor nas eleições autárquicas de 12 de outubro, e o primeiro autarca do concelho eleito pelo Partido Socialista (PS), mostrou-se ainda preocupado com o desleixo e abandono do interior de Portugal e exigiu a continuidade da distribuição dos jornais, considerando que promovem a coesão social.“O jornal é um elemento de coesão social e só quem não conhece o interior é que não percebe isso, porque um jornal numa barbearia, num café, noutro sítio, é um local de reunião das pessoas que vão ler o jornal e discutir os problemas”, realçou.Neste sentido, defendeu que “o jornal no interior tem que continuar a chegar para que todos os portugueses sejam tratados por igual”.“Há necessidade de o interior continuar a ter jornais em papel. Há uma parte do interior que está envelhecida que quer ter acesso às notícias e que não consegue de outra maneira que não seja através dos jornais”, realçou.Seguro defendeu que “o interior precisa de voz e, para ter mais voz, também é preciso que os seus problemas sejam divulgados, noticiados, nos jornais” e se não chegarem ao interior, “naturalmente, também não vão dar notícias do interior”. .Em defesa da imprensa, alerta à democracia