A vantagem de Henrique Gouveia e Melo nos resultados do Barómetro DN/Aximage de janeiro que dizem respeito às eleições presidenciais de 2026 fica patente no facto de o antigo Chefe de Estado da Armada ser reconhecido como tendo o melhor perfil presidencial pelos inquiridos que votaram na Aliança Democrática (AD) e no PS nas legislativas de 2024, apesar de tanto sociais-democratas como socialistas irem apoiar outros candidatos à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém. Nas 800 entrevistas feitas pela Aximage entre 23 e 28 de janeiro, antes de Marques Mendes anunciar a decisão de avançar com a candidatura, que vai ser apresentada nesta quinta-feira, em Fafe, e com o PS indeciso entre o relutante António Vitorino e o predisposto António José Seguro, Gouveia e Melo surge destacado como tendo o melhor perfil para o Palácio de Belém. O almirante na reserva, que se tornou conhecido dos portugueses enquanto coordenador da taskforce da vacinação contra a covid-19, foi escolhido por 28% dos inquiridos, a grande distância das restantes cinco hipóteses que foram apresentadas: António Vitorino (12%), André Ventura (11%), Marques Mendes (11%), Durão Barroso (9%) e António José Seguro (8%). .Além disso, Gouveia e Melo fica à frente de todas as alternativas como candidato presidencial da ala direita, com 33% de preferências - contra 21% para Mendes, 15% para Ventura e 11% para Barroso -, e da ala esquerda, com os seus 35% a suplantarem os 20% de Vitorino e os 16% de Seguro. E a percentagem de inquiridos que não sabem ou não respondem é bastante maior à esquerda (29%) do que à direita (21%), numa altura em que também não se sabe quem contará com o apoio do Bloco de Esquerda, do PCP, do Livre e do PAN. Por outro lado, a candidatura de Mariana Leitão só foi anunciada no final da Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, no fim de semana passado, depois das entrevistas que constam do primeiro Barómetro DN/Aximage de 2025. A vantagem de Gouveia e Melo no confronto direto com todos os outros nomes incluídos no estudo é praticamente transversal, ainda que maior entre os homens (30%) do que as mulheres (27%), e entre os mais velhos (34%) do que nos mais jovens (24%). E o almirante é a primeira escolha dos que votaram AD nas últimas eleições legislativas (32%) e dos que votaram no PS (30%), obtendo igual percentagem entre os eleitores do Chega. No entanto, nesse segmento de inquiridos, André Ventura, que tem a apresentação da candidatura marcada para dia 28 de fevereiro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, impõe-se, com 44% das preferências, tal como supera Gouveia e Melo entre quem se absteve nas legislativas (19% -16%). E aproxima-se nos inquiridos mais jovens, de 18 a 34 anos, onde 20% lhe reconhecem melhor perfil presidencial, pouco aquém dos 24% do almirante, e com o dobro de António Vitorino e Marques Mendes.Mas a eventual participação do fundador do Chega numa segunda volta com Gouveia e Melo das eleições presidenciais, que serão disputadas em janeiro de 2026, emperra no facto de o Barómetro DN/Aximage incluir nomes que poderão não chegar a avançar. Sobretudo o ex-presidente da Comissão Europeia e antigo primeiro-ministro Durão Barroso, ao qual 9% dos inquiridos reconhecem o melhor perfil presidencial, sendo incerto quantos estariam dispostos a transferir esse apoio para o também social-democrata Marques Mendes. De igual forma, existem dúvidas de que quem está pronto a apoiar António Vitorino tenha a vontade de o fazer a António José Seguro, e vice-versa. Mas também é possível que o antigo secretário-geral do PS avance mesmo que o partido de ambos se decida pelo ex-comissário europeu. Pese embora a advertência, feita pela Aximage, de que os resultados referentes a todas as forças políticas que não a AD, o PS e o Chega “devem ser lidos a mero título indicativo, dado o valor muito reduzido das respetivas bases”, Vitorino é o preferido entre quem votou no Livre (25%), enquanto Gouveia e Melo fica à frente nos eleitorados do PAN (32%), do Bloco de Esquerda (28%) e da Iniciativa Liberal (36%). Já os eleitores do PCP apresentam a maior percentagem dos que não escolheram nenhuma das opções apresentadas nas entrevistas (30%), à frente dos bloquistas (27%) e dos liberais (14%), aparentando reservar-se para a posição do Comité Central. .Marcelo ligeiramente melhor.No que toca ao atual Presidente da República, a avaliação do desempenho de Marcelo Rebelo de Sousa melhora ligeiramente, mas abaixo da margem de erro, em relação ao barómetro anterior, realizado em novembro. Passa a ter um saldo positivo de cinco pontos (48%-43%), melhorando sobretudo entre os inquiridos mais jovens (55%-35%), em simultâneo com uma queda acentuada entre os que têm maior rendimento, pois na Classe A/B fica com saldo negativo (44%-49%). Marcelo Rebelo de Sousa mantém elevado apoio entre os inquiridos que votaram na coligação de centro-direita nas legislativas de 2024 (58%-34%), tal como entre os eleitores do PS, nos quais o Presidente da República tem um ligeiro reforço em relação a novembro, com um saldo positivo de 52%-41%. Em sentido contrário, é entre quem optou pelo Chega a 10 de março de 2024 que o atual Chefe de Estado merece piores avaliações, com apenas 33% a dizerem que esteve muito bem ou bem nos últimos 30 dias, contra 59% que lhe deram nota má ou muito má.Já no que toca à comparação com o primeiro-ministro, Marcelo vê subir para 38% os inquiridos que têm mais confiança nele. .Ficha técnica.Ficha Técnica destinada a publicação e elaborada de acordo com um modelo proposto para a imprensa. Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTS Il), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 800 entrevistas efetivas: 67 entrevistas CAWI e 121 entrevistas CATI; 380 homens e 420 mulheres; 170 entre os 18 e os 34 anos, 210 entre os 35 e os 49 anos, 199 entre os 50 e os 64 anos e 221 para os 65 e mais anos; Norte 268, Centro 164, Sul e Ilhas 125, Área Metropolitana de Lisboa 243. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 23 e 28 de janeiro de 2025. Taxa de resposta: 68,36%.Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,5%.A responsabilidade do estudo, Aximage - Comunicação e Imagem Lda, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.