A proliferação de candidaturas presidenciais posicionou a maioria dos partidos com assento parlamentar nas eleições de janeiro de 2026. Faltam Livre, CDS-PP, PAN e JPP pronunciarem-se e, passadas as Autárquicas, o tema vai estar em debate na próxima semana. Livre e PAN têm em comum a vontade de encontrar uma solução da “sociedade civil”, embora o tempo escasseie. Rui Tavares descarta-se, Isabel Mendes Lopes teve convites“Ao contrário de outros partidos, o Livre não vê interesse em picar o ponto. A esquerda não pode ser uma máquina de perder eleições. Já lá vão quatro desde Jorge Sampaio, daí a pena de não termos Sampaio da Nóvoa”, destaca Rui Tavares, co-porta-voz do Livre, em exclusivo ao Diário de Notícias. Isabel Mendes Lopes, a outra co-porta-voz do partido, foi sondada, sabe o DN, para encabeçar a caminhada até Belém. Lídia Jorge seria apoiada pelo partido, tal como pelo PAN, mas colocou-se à margem, embora Inês de Sousa Real diga que essa “porta não está fechada”. “Não posso dizer taxativamente que não vou ser candidato. Se tenho vontade? Não poderia ser mais ao contrário. Não quero ser candidato e não estou a refletir”, afirma, perentório, Rui Tavares. A leitura, porém, é que as candidaturas de António Filipe e Catarina Martins podem levar os militantes a preferirem uma solução interna, até porque o Livre teve seis deputados eleitos nas Legislativas e a força, por isso mesmo, cresceu. Estarão em referendo vários nomes da esquerda, António José Seguro será um deles, mas tem oposição da coordenação. “Um partido com um voto a mais não tem de ter o primeiro-ministro. Há candidatos que aplicam a ‘chapa cinco’, que é primeiro-ministro quem tem mais votos. Isso afasta-me de António José Seguro”, atira Rui Tavares.A posição do PANInês de Sousa Real garante que o PAN “vai posicionar-se na eleição” e que “não desistiu de um nome que represente a sua ideologia”. Deixa críticas a quem se adiantou. “Estivemos coligados com alguns destes partidos nas Autárquicas, mas a escolha não partiu de qualquer diálogo e auscultação com o PAN”, considera ao DN, afastando-se, portanto, do PS de Seguro e do Bloco de Catarina Martins, com quem negociou, mas também do PCP. Na Comissão Política Nacional, na próxima semana, haverá debate.CDS-PP aguarda por PortasO CDS-PP tem duas preferências. Por um lado, posicionar-se politicamente. Manteve seis autarquias nas eleições de 12 de outubro e, em coligação com o PSD para as últimas Legislativas, entrando assim no Parlamento, deixou fora do acordo a obrigação de apoiar o candidato social-democrata. Consenso gera Paulo Portas, presidente de 2007 a 2016, que seria parte integrante da estratégia para revitalizar o partido e colocá-lo, entendem os militantes, na luta por uma segunda volta presidencial. Esteve em campanha no terreno, mas não se pronunciou, apesar das tentativas de Nuno Melo, presidente do CDS e ministro da Defesa. Pelo que o DN sabe junto de várias fontes do CDS-PP, Portas continua sem fechar a porta, mas também não deu indicações de avanço. A incerteza faz com que o partido se alongue na decisão. Ninguém quer ir contra o histórico centrista. Entretanto, sabe o DN que a escolha de Marques Mendes para mandatário poderá aproximar o CDS do ex-presidente do PSD. Rui Moreira agrada aos centristas e, sem candidatura própria, poderia ocupar um espaço de preferência que Gouveia e Melo perdeu.JPP pondera candidaturaO almirante não convence também o JPP e vai continuar sem apoios partidários no Parlamento. “Estou dececionado com Gouveia e Melo face à sua posição quanto à mobilidade insular”, responde ao DN, Élvio Sousa, lembrando a oposição do militar ao ferry atlântico reivindicado pelos madeirenses. “Vamos pronunciar-nos após a reunião da Comissão Política da próxima semana, alguns militantes colocaram a hipótese de se candidatarem, vamos debater. Até podemos não apoiar qualquer candidatura. Nas últimas Presidenciais foi assim”, descreve o presidente do Juntos Pelo Povo. 24 nomes inscritosEstão 24 nomes inscritos no Portal de Candidatura do Ministério da Administração Interna para as Presidenciais. O recorde de candidatos (10 em 2016) será conseguido, ainda que faltem as formalizações e assinaturas necessárias. Além de Gouveia e Melo, Marques Mendes (PSD), Seguro (PS), Cotrim (IL), Catarina Martins (BE), António Filipe (PCP), André Ventura (Chega), candidatam-se Joana Amaral Dias (ADN), Manuela Magno, do Volt, Bruno Morgado, do Partido Libertário, e José Cardoso, do Partido Liberal Social. André Pestana, Raul Perestrello, Angela Maryah e Manuel João Vieira são alguns dos nomes da sociedade civil.Gouveia e Melo apresenta nomesGouveia e Melo partilhou com as redações os nomes dos primeiros 124 signatários. Do PSD, como se sabia, recolhe apoios de Isaltino Morais, Rui Rio, Ângelo Correia e Fernando Seara, que se posicionaram criticamente com a escolha de Marques Mendes. Correia Campos, ex-ministro da Saúde socialista, é o nome mais emblemático entre o PS. Francisco Rodrigues dos Santos, ex-presidente do CDS-PP, anunciou apoio a Gouveia e Melo. .Presidenciais. Cotrim recebe apoio da IL convicto de que pode chegar à segunda volta.Presidenciais: CDS-PP prioriza Paulo Portas para se distanciar do PSD.Presidenciais 2026. Federações do PS aprovam António José Seguro para a corrida a Belém