A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, assegurou este sábado, 20 de dezembro, a legalidade do regulamento do Congresso, e criticou o coordenador demissionário do Conselho de Jurisdição, acusando-o de se demitir “por conveniência para integrar uma nova lista”.Em declarações aos jornalistas à entrada do X Congresso Nacional do PAN, em Coimbra, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, reagiu à demissão do coordenador do Conselho de Jurisdição Nacional, Jorge Silva, contra alegadas ilegalidades no regulamento da reunião magna e à ausência da lista opositora, liderada por Carolina Pia.Sobre os argumentos de Jorge Silva, Sousa Real garantiu que o Congresso foi convocado “dentro de todas as normas e regras estatutárias” e enfatizou que a Jurisdição é um órgão colegial, que aprovou o regulamento por maioria, criticando quem “se demite por mera conveniência para depois integrar uma nova lista”.“O partido respeitou todas as normas estatutárias em vigor, não podíamos estar a convocar delegados para o Congresso de estruturas que não existem ou de que nem sequer apresentaram listas”, disse, numa resposta ao argumento de Jorge Silva de que o regulamento do Congresso “promove a exclusão e a eleição ilegal de filiados”, ao não ter permitir a participação de distritais consideradas inativas.A líder do PAN lamentou também a ausência da lista opositora, liderada por Carolina Pia, considerando o protesto da oposição “uma profunda imaturidade e falta de respeito para todos os delegados” que deixaram “as famílias para trás para poder estar presentes” neste Congresso.Sousa Real reiterou que “os argumentos que a oposição tem utilizado lamentavelmente são argumentos que não têm qualquer respaldo do ponto de vista estatutário ou regulamentar”, acrescentando que o objetivo da reunião magna de hoje é discutir o futuro do PAN com “responsabilidade, união e seriedade”.“Por isso mesmo não posso sequer associar-me àquilo que foram as críticas feitas”, afirmou.O PAN reúne hoje o X Congresso, em Coimbra, para eleger a direção antevendo-se que, após meses de tensão interna, a porta-voz, Inês de Sousa Real, renove o seu mandato, perante a ausência, em protesto, da oposição.O PAN vai definir a orientação e estratégia política para os próximos anos, depois de nas últimas legislativas ter visto diminuir o número de votos e após meses de conturbação interna, com a demissão de vários dirigentes e a saída de dezenas de militantes. A última demissão foi conhecida esta sexta-feira, com a saída do coordenador da Jurisdição do partido, por considerar que há ilegalidades no regulamento do Congresso.Apresentam-se a esta reunião magna duas candidatas à liderança: Inês de Sousa Real, porta-voz do partido desde junho de 2021 e única deputada do PAN, que se recandidata a um terceiro mandato, e Carolina Pia, ex-líder distrital em Viseu, que se demitiu da Comissão Política Nacional (CPN) em maio por divergências com a direção atual.A lista A, liderada por Carolina Pia, embora se mantenha como uma das opções no boletim de voto, não comparecerá ao Congresso por considerar não estarem asseguradas as “garantias democráticas” para a realização dos trabalhos, criticando a impossibilidade de serem eleitos delegados por distritais consideradas inativas, uma norma que diz impedir o acesso ao voto a filiados em zonas que não estão sob o controlo da direção..Coordenador do Conselho de Jurisdição do PAN demite-se contra ilegalidades no regulamento.Inês de Sousa Real vai ser reeleita porta-voz do PAN sob ameaça de impugnação.PAN. Carolina Pia tem candidatura a porta-voz aprovada, mas não vai comparecer no Congresso