O pacto estratégico anunciado por Ana Mendes Godinho, candidata à Câmara de Sintra da coligação As Pessoas, Sempre (PS-Livre), com as nove associações humanitárias de bombeiros voluntários do concelho, gerou polémica numa das principais disputas das eleições autárquicas de 12 de outubro, depois de vários responsáveis pelos soldados da paz se terem distanciado de qualquer entendimento político com a antiga ministra socialista.Após um desmentido da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz, que recordou a "tradição de independência e neutralidade" ao rejeitar "qualquer tipo de associação com propostas ou alinhamentos políticos", e de a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Belas, ter igualmente negado a assinatura de qualquer documento, a candidatura de Ana Mendes Godinho alegou não compreender a polémica.Isto porque, segundo a coligação As Pessoas, Sempre, o pacto com as nove associações humanitárias de Sintra foi assumido por Ana Mendes Godinho como um seu compromisso para com os bombeiros voluntários do concelho, "à semelhança de outros que serão dados a conhecer oportunamente para áreas também essenciais para as pessoas de Sintra".A candidata que pretende manter governação socialista no segundo concelho mais populoso de Portugal, após três mandatos de Basílio Horta, prometeu reforço das remunerações, mais formação e melhores infraestruturas para os bombeiros voluntários, apresentando um conjunto de medidas que vão desde a aprovação do Estatuto Social do Bombeiro até a um programa de investimentos da Câmara de Sintra que ascenderia a quatro milhões de euros até 2029.A iniciativa da ex-ministra socialista foi rotulada de "um delírio do PS, já desmentido por várias associações", por Marco Almeida, cabeça de lista da coligação Sempre com os Sintrenses (PSD-Iniciativa Liberal-PAN). "Fica no ar a ideia de que o PS não olha a meios para atingir os fins e enganar os sintrenses, mas na política não vale tudo", diz o antigo vice-presidente da Câmara de Sintra, que se candidata à autarquia pela terceira vez, procurando suplantar adversárias como Ana Mendes Godinho e Rita Matias, deputada do Chega, que foi o partido mais votado no concelho nas últimas legislativas.A apresentação da candidatura de Marco Almeida será nesta quinta-feira, às 18h30, no Centro Olga Cadaval, em Sintra. E terá o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, como convidado especial, no que já foi interpretado como um alargamento do espaço de influência do antigo autarca modelo do PSD, que desta vez terá apoio oficial dos sociais-democratas ao seu movimento independente. Face a isso, Marco Almeida disse ao DN que Isaltino "lidera um concelho que todos os dias dá prova da sua vitalidade e qualidade em muitas áres", concluindo que "Sintra tem muito para fazer e Oeiras é um exemplo reconhecido por todos". .Três candidatos acreditam que vão vencer, mas Sintra só dará razão a um