Primeiro-ministro Luís Montenegro
Primeiro-ministro Luís Montenegro FERNANDO VELUDO/LUSA

Montenegro espera “maior consenso possível” na Defesa após PS mostrar disponibilidade para acordo estratégico

Secretário-geral do PS desafiou o primeiro-ministro a negociar uma proposta de "Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa".
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O primeiro-ministro assinalou esta segunda-feira, 14 de julho, a disponibilidade manifestada pelo PS para negociar uma proposta de acordo estratégico para a Defesa e disse esperar “o maior consenso possível”, indicando que vai voltar a falar com os socialistas e com o Chega.

“A nossa intenção foi e é sempre de termos o maior consenso possível, e creio que não será difícil, dadas as posições conhecidas por parte dos principais partidos políticos portugueses, para podermos conjugar a nossa política de segurança e defesa com o interesse estratégico que este novo tempo pode trazer também para a dinamização da nossa economia”, afirmou.

Luís Montenegro falava aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração do novo Hospital de Sintra, depois de questionado sobre o desafio que lhe foi lançado pelo secretário-geral do PS para negociar uma proposta de "Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa".

A audiência pedida por José Luís Carneiro “será marcada, naturalmente”, afirmou, referindo que o Governo vai “falar com todos os partidos políticos, mas de uma forma particular com os dois principais partidos da oposição”, nomeadamente PS e Chega.

Luís Montenegro recusou “discutir metodologias” neste momento e salientou que “o que interessa mesmo é que Portugal assuma os seus compromissos e os possa cumprir, coisa que infelizmente não aconteceu na última década”.

“Nós estamos empenhados em fazê-lo, nós assumimos esse compromisso no contexto internacional e da nossa aliança atlântica e obviamente que é com espírito positivo que nós encaramos a disponibilidade dos principais partidos da oposição em poder cooperar com o Governo, seja de forma direta com o Governo, seja também no contexto parlamentar, sobretudo quando houver iniciativas que passam no parlamento”, afirmou.

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Carneiro está convencido que Governo "tem mesmo que dialogar com o PS" sobre Defesa

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, disse hoje estar convencido de que o Governo de Luís Montenegro vai chegar à conclusão que tem de ouvir o PS em matéria de Defesa.

“Estou convencido que o Governo vai ser levado à conclusão de que tem mesmo que dialogar com o PS”, afirmou José Luís Carneiro no final de uma vista à INOVGAIA – Centro de Incubação de Base em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

Acompanhado do candidato do PS à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, João Paulo Correia, o secretário-geral do PS considerou que também muitas outras estruturas da sociedade, da economia, das empresas e das instituições vão fazer ver ao Governo que este tem mesmo que dialogar com o PS.

Na sexta-feira, o secretário-geral do PS enviou uma carta a Luís Montenegro desafiando-o a negociar com os socialistas uma proposta de “Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa” com um prazo definido de três meses.

“Aquilo que diz essa carta é que nós estamos disponíveis no PS para trabalhar em conjunto convidando personalidades do sistema científico nacional, personalidades com experiência feita no Ministério da Defesa Nacional, na economia, na indústria, na formação, na educação, na ciência e no conhecimento e colocar à mesma mesa todas essas personalidades e construirmos um plano de desenvolvimento que corresponda, por um lado, à capacitação da sociedade, do Estado, da economia e, ao mesmo tempo, a absorver a mão-de-obra qualificada”, explicou.

O socialista insistiu estar a convocar o Governo para trabalhar num plano que tem que contribuir para o desenvolvimento da economia, das infraestruturas do país, para a criação de emprego, nomeadamente de emprego qualificado e para o desenvolvimento do sistema científico nacional.

“Temos que aproveitar nos próximos 10 a 15 anos esta oportunidade de investimento na defesa nacional, a par do esforço europeu para investir na defesa, para garantir que esse investimento se traduz no desenvolvimento económico e social do país”, considerou.

José Luís Carneiro assumiu ainda não ter ficado surpreendido com o anúncio do aumento do investimento em Defesa para 2% do PIB este ano

“Aliás, foi o compromisso que tínhamos assumido com o senhor primeiro-ministro de acompanhar o esforço dos 2% do PIB já em 2025. Ficámos surpreendidos com o facto de serem assumidos 3,5%”, ressalvou.

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