Miguel Arruda foi o único contra o voto de pesar pela morte de Maria Teresa Horta
O agora deputado não-inscrito (ex-Chega), Miguel Arruda, foi o único a posicionar-se contra o voto de pesar do Parlamento pela morte de Maria Teresa Horta, aprovado esta sexta-feira.
Naquela que foi a sua primeira votação após o regresso às lides parlamentares depois de um período de baixa psiquiátrica, na sequência da polémica com o alegado roubo de malas nos aeroportos, o ex-deputado do Chega (desfiliou-se do partido após o caso) protagonizou um momento algo caricato.
Depois da secretária da mesa, a deputada Joana Lima, ter lido o voto, o presidente em exercício, Marcos Perestrello colocou-o à votação, com todas as bancadas a votar a favor. "Aprovado por unanimidade", anunciou, seguindo-se aplausos das bancadas da esquerda e alguns deputados de PSD e IL. Miguel Arruda pediria depois a palavra para anunciar o seu voto contra.
O voto de pesar, apresentado pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, recorda que Maria Teresa Horta, que morreu na segunda-feira aos 87 anos, foi poetisa, escritora e jornalista, e enaltece o seu "percurso de vida marcado pela resistência ao fascismo e pelo ativismo em defesa da democracia e da emancipação da mulher".
"Em 1972, escreveu, com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, as Novas Cartas Portuguesas (1972), obra seminal do pensamento feminista português e texto decisivo de oposição ao Estado Novo. O livro, que denunciava a situação política do país, a guerra colonial, a condição da mulher, a emigração e a falta de perspetivas para o futuro dos jovens, agitou a consciência pública do país e desembocou num processo judicial politicamente motivado", é recordado.
Já em democracia, continua o pesar, Maria Teresa Horta "permaneceu uma empenhada defensora dos direitos humanos e da liberdade".
Com Lusa