Marques Mendes diz que crise política agrava o "divórcio entre as pessoas e os políticos"
Para Luís Marques Mendes, a atual "crise [política] não faz nada bem à democracia" e pode levar a um aumento da abstenção. De acordo com o candidato à Presidência da República, os partidos políticos, durante a campanha para as legislativas antecipadas, só têm "verdadeiramente uma escolha: transformar esta campanha num debate de ideias. Se não, vai ser o mesmo desastre que foram estas últimas semanas."
De acordo com o antigo líder social-democrata a crise política só ajuda "a agravar o divórcio entre as pessoas e os partidos, entre os cidadãos e a política".
"E a única forma de não agravar mais este divórcio e até contribuir para melhor a relação entre as pessoas e os políticos é haver agora uma campanha completamente diferente", defendeu este domingo em Braga Luís Marques Mendes, advertindo que, "se a campanha for fundada em casos e casinhos, então podem ter a certeza de que a abstenção vai aumentar".
"Se a campanha for uma campanha pela positiva, com base em causas e não em casos, então eu tenho esperança que as coisas corram melhor. E por isso os partidos neste início de campanha ainda estão muito a tempo para fazerem as suas opções e as suas escolhas", avisou.
Perante este cenário, o candiato a Belém deixou um apelo aos partidos políticos: "Que mudem de vida."
Questionado se os candidatos presidenciais que concorrerem à margem dos partidos poderão beneficiar do descontentamento dos portugueses, Marques Mendes assumiu ter dúvidas, mas lembrou que, por exemplo, Mário Soares, Jorge Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa "foram todos eleitos e todos com apoios partidários".
"Não sei se vai ser um benefício [concorrer sem o apoio de partidos]", referiu.
Sublinhou que os partidos fazem parte da democracia, que não há democracia sem partidos e que a presidência da República "é o órgão mais político de todos".
"O que significa que quem concorre à presidência da República é um político", rematou.
Com Lusa