Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda que integrou a flotilha humanitária a Gaza e que regressou no fim de semana a Portugal depois de ter sido detida por Israel, reagiu esta terça-feira, 7 de outubro, ao facto de o Governo português ter decidido que os ativistas nacionais nessa situação terão de pagar de forma integral o custo da viagem para Lisboa."O governo decidiu imputar o custo a quem levava ajuda humanitária contra o genocídio. Um governo decente mandaria a fatura ao genocida. Pagarei o bilhete, comprando a prova de que há ministros sem espinha", escreveu Mariana Mortágua na rede social X, acrescentando que o destino era Gaza. "Não era Israel, para onde fomos levados ilegalmente"..O Ministério dos Negócios Estrangeiros, tutelado por Paulo Rangel, explicou que o Estado português adiantou o valor da viagem de regresso dos quatro portugueses por "razões logísticas e de ordem prática", como a impossibilidade de comunicação prévia com estes cidadãos nacionais, mas que a acompanhar o ofício seguiu também o formulário de pedido de reembolso do custo da viagem, que cabe a cada um, nos termos do regulamento consular. Na terça-feira, numa ação de campanha em Leiria, Mortágua agradeceu o apoio diplomático, mas criticou o Governo. "Quero agradecer o acompanhamento consular que nos foi dado, que tudo fizeram. Não estendo este agradecimento ao Governo nem ao apoio político. Só tenho a lamentar declarações em relação à Palestina, posições em relação à Flotilha", comentou.Segundo a Lusa, dos mais de 450 participantes da flotilha Sumud, seis estão ainda detidos em Israel..Ativistas da flotilha para Gaza vão ter de pagar custos da viagem de regresso a Portugal.Entretanto, as embarcações de uma nova flotilha por Gaza foram intercetados esta quarta-feira em águas internacionais pelas forças israelitas e os seus 140 integrantes detidos.Esta flotilha, da organização Road to Gaza, tinha partido de Itália no final de setembro com mais de 95 mil euros em medicamentos, equipamento respiratório e mantimentos destinados aos hospitais de Gaza. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, os elementos desta iniciativa estão "seguros e de boa saúde" e serão deportados "imediatamente"..Mariana Mortágua regressou à campanha antes do previsto e não estende "agradecimentos ao Governo"