Mariana Leitão anuncia candidatura à liderança da Iniciativa Liberal
A líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, anunciou nesta quarta-feira que irá candidatar-se à presidência da Comissão Executiva do partido, na sequência da demissão de Rui Rocha, que fora reeleito para um novo mandato na Convenção Nacional que decorreu em fevereiro deste ano.
Numa mensagem publicada na rede social Instagram, Mariana Leitão escreveu que o seu partido "precisa de iniciar um novo ciclo de energia e transformação", que acompanhe as transformações políticas em Portugal. Nas eleições legislativas de 2025, a IL teve 5,36% dos votos, elegendo nove deputados (apenas mais um do que no ano anterior), mas ficou aquém dos objetivos e viu a AD e o Chega a aumentaram 11 e 10 deputados, respetivamente, o que conduziu à decisão de Rui Rocha.
"Avanço porque tenho a vontade e a capacidade de agregar um movimento que inspire uma mudança no país: sem medo de ser liberal, com coragem para erguer as nossas bandeiras liberais sem qualquer hesitação, sem moderar a afirmação dos valores liberais em toda a sua plenitude", escreveu a gestora, de 42 anos.
Para a agora candidata à liderança, os liberais deverão ser "os líderes da defesa da liberdade económica, política e social, do direito a cada um fazer o seu caminho e escolher a forma como vive a sua vida, do direito a cada um ver o esforço do seu trabalho recompensado, do direito a cada um dar o máximo e ver o seu mérito reconhecido". E também da defesa da liberdade individual, "protegendo-a contra os abusos do Estado e de quaisquer formas de coletivismo que limitem, ou tentem limitar, a justa ambição e iniciativa dos portugueses".
"Recuso a ideia de que o que temos hoje é o melhor que Portugal pode ser. Acredito num país que se constrói em liberdade, com prosperidade e oportunidades para todos. Uma nação dinâmica que não tem medo de arriscar, de inovar, de se modernizar. Uma nação assente num povo que trabalha e impulsionada por um Estado eficiente e limitado ao que verdadeiramente importa, que não bloqueia, não sufoca e não limita", acrescenta Mariana Leitão.
Ainda não é claro quando ocorrerá a eleição da nova liderança do partido, que neste momento está a ser gerido interinamente pelo secretário-geral Miguel Rangel, pois os quatro vice-presidentes de Rui Rocha - Angelique da Teresa, Ricardo Pais Oliveira, Rui Ribeiro e a própria Mariana Leitão - não aceitaram assumir talpapel. Está marcada uma reunião do Conselho Nacional da IL para 15 de junho, em Almada, devendo ficar então definido se a próxima Convenção Nacional será antes ou depois das eleições autárquicas, que vão decorrer entre o fim de setembro e o início de outubro, e se implicará a eleição de todos os órgãos do partido, ou apenas da Comissão Executiva.
Também não é claro se Mariana Leitão mantém a intenção de se candidatar à Presidência da República em janeiro de 2026. O anúncio da sua escolha foi feito por Rui Rocha no encerramento da Convenção Nacional que decorreu no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, a 1 e 2 de fevereiro deste ano, numa altura em que não havia indícios de que a legislatura seria interrompida pela dissolução da Assembleia da República. Algo que ocorreu devido ao chumbo da moção de confiança ao Governo de Luís Montenegro, na sequência do caso Spinumviva, sendo na altura os deputados liberais os únicos, além das bancadas do PSD e do CDS, a votar favoravelmente.