Montenegro durante o discurso emitido na televisão.
Montenegro durante o discurso emitido na televisão.Paulo Spranger

Luís Montenegro usa "mentalidade de Cristiano Ronaldo" para vincar reformismo

No discurso natalício, primeiro-ministro refere ter “três anos e meio” de governação pela frente e recusa “jogar para empatar”. Deixa aviso à oposição de querer “transformar” e pede responsabilidade.
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Na tradicional mensagem de Natal, Luís Montenegro expressa convicções políticas para os tempos próximos e dá uma resposta cabal a quem lhe pede para ter mais temperança. “Ou nos contentamos com esta circunstância, em que estamos bem, mas sabemos que se nos mantivermos assim a médio prazo vamos perder face à evolução dos outros, ou aproveitamos a situação em que estamos e tratamos já de garantir a nossa própria evolução para continuarmos a crescer mais do que os outros no futuro. É a diferença entre ‘jogar para empatar ou jogar para ganhar’ e a minha opção é claramente a segunda”, referiu, usando a “mentalidade Cristiano Ronaldo” como exemplo. “Uso esta metáfora desportiva porque ela expressa bem a opção que temos diante de nós”, atalha.

Ouça a mensagem na íntegra:

O primeiro-ministro pronunciara-se contra a greve geral e a possível inexistência de reforma na lei do trabalho, tal como, desde o verão, insiste que é necessário resolver os problemas que considera derivarem da imigração. Findo o processo de averiguação, agora arquivado pelo Procurador Geral da República quanto à licitude da ação na Spinumviva, Montenegro já deixara claro que estava “tranquilo e confiante” de que a legislatura está para durar. Depois de uma abstenção do Partido Socialista no Orçamento do Estado e de também fazer negociações com o Chega - conseguindo até evitar derrapagens financeiras porque os dois partidos da oposição bloquearam-se um ao outro noutras propostas na generalidade - o primeiro-ministro mostra convicção, até em jeito de aviso à “responsabilidade”, de que segue no governo até 2029.

“Não temos de estar todos de acordo, mas temos de compreender que não é a nossa posição individual o mais importante. Agora que vamos ter cerca de três anos e meio sem eleições nacionais, é a altura de todos nos focarmos em cumprir a nossa responsabilidade e fazer tudo para garantir a Portugal e a cada português um futuro mais próspero”, projeta, detalhando metas próximas, nomeadamente no crescimento económico: “Criar mais riqueza é o caminho para combater a pobreza. Um país com mais crescimento pode subir os salários, subir as pensões, apoiar a compra de medicamentos para quem mais precisa, pode negociar melhores carreiras profissionais, pode investir mais na habitação, na educação e investir melhor na saúde. Um país com mais crescimento pode proteger o seu património, as suas riquezas naturais, pode ser mais coeso e garantir justiça, mobilidade, e a segurança e defesa do seu território, das suas infraestruturas essenciais.”

Em termos externos, e depois de estabelecer acordos com a Ucrânia, coloca como pontos-chave a “localização geoestratégica e a capacidade de diálogo no contexto internacional”, respondendo às críticas da Iniciativa Liberal no panorama burocrático e público, referindo as “novas ambições no funcionamento da administração”, como já diz fazer-se “no processo de simplificação e reforma do estado.”

Repetindo o verbo “transformar”, promete “novas ambições salariais”, recordando-se que o salário mínimo aumentou até aos 920 euros e o plano de chegar, em 2029, aos 1100. Não deixou de dizer que o Governo “está a cumprir todos os objetivos no emprego” e que a “solidez económica assenta num modelo com salários mais altos e impostos mais baixos”. Dedicou palavras “aos que nestes dias festivos garantem a nossa segurança, os serviços essenciais e o nosso bem-estar coletivo como profissionais de saúde, de transportes, bombeiros, forças de segurança, militares, jornalistas” e às “famílias dos que vivem tantas guerras como em África, no Médio Oriente, ou na Ucrânia.”

“Agora que vamos ter cerca de três anos e meio sem eleições nacionais, é a altura de todos nos focarmos em cumprir a nossa responsabilidade e fazer tudo para garantir a Portugal um futuro mais próspero.”

Luís Montenegro, primeiro-ministro

"Não temos de estar todos de acordo, mas temos de compreender que não é a nossa posição individual o mais importante.”

Luís Montenegro, primeiro-ministro

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