Inês de Sousa Real (ao centro) é porta-voz e deputada única do PAN.
Inês de Sousa Real (ao centro) é porta-voz e deputada única do PAN.FOTO: ANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA

Inês de Sousa Real quer que o PAN seja "garante da democracia". JPP promete política de "coração aberto"

Apesar de ser contra mexidas na Constituição, porta-voz do PAN garantiu que vai defender os direitos consagrados. JPP foi ouvido a seguir e garantiu que não quer ser um bloqueio à governação.
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A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, rejeitou esta sexta-feira as críticas da direção atual ter uma visão "demasiado autocentrada e autocrática, de quem não se responsabiliza pelos resultados" que levaram à saída de dois membros do partido.

Após a audiência com o Presidente da República, que durou cerca de 45 minutos, a deputada única do PAN (que conseguiu ser reeleita) assegurou que a liderança "tem sido marcada sempre pela abertura, pelo diálogo e pela participação".

O encontro com Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro desta sexta-feira, dia em que termina a primeira ronda de audiências com os partidos.

É esperado que o chefe de Estado convoque novamente os partidos durante a próxima semana, depois de conhecidos os resultados dos votos da emigração (algo que deverá acontecer dia 28).

Reconhecendo que "em democracia há sempre vozes dissonantes", Inês de Sousa Real recordou que desde que é porta-voz (2021) o partido já enfrentou "mais atos eleitorais" do que "em toda a vida" do PAN com "outros líderes". "Neste momento há desafios maiores do ponto de vista nacional e é esse o nosso foco da parte do PAN", referiu, garantindo que "em democracia há sempre vozes dissonantes".

Perante a possibilidade de ser aberto um processo de revisão constitucional (uma vez que há uma maioria de dois terços à direita), Inês de Sousa Real posicionou-se contra eventuais mexidas à lei fundamental e disse querer que o partido seja "um garante da democracia" na próxima legislatura.

Independentemente da representação parlamentar, o PAN vai tentar travar um "recuo" em matéria de direitos fundamentais, garantiu, e será nesta ótica que o partido apresentará "propostas de alteração" à Constituição, como já fizera no passado.

JPP vai estar no Parlamento de "coração aberto", diz Filipe Sousa

O deputado eleito do Juntos Pelo Povo (JPP) foi o último a ser ouvido pelo Presidente da República na primeira ronda de auscultação.

À saída do encontro, Filipe Sousa, eleito pela Madeira, disse que vai estar no Parlamento de "coração aberto" com o foco nos problemas do país.

Questionado sobre a moção de rejeição do PCP, o deputado eleito (que até agora só teve cargos autárquicos) criticou a decisão dos comunistas, dizendo ser "um tiro no pé". Mesmo sendo estreante, garantiu que não vai ser um obstáculo a quem vai governar, mas sim "criar pontes de diálogo e de tolerância".

Já sobre a revisão constitucional que poderá acontecer, Filipe Sousa disse não considerar que resolve "os problemas do país", mas "acima de tudo a prioridade é tentar voz" aos jovens que não conseguem habitação, à classe média e à dificuldade no acesso à saúde.

Estreante na Assembleia da República, Filipe Sousa já estabeleceu uma prioridade: uma visita aos produtores de vitivinícolas no Peso da Régua. "Logo após a tomada de posse na República, na primeira quinzena de junho, ou no final de junho, visitar o Peso da Régua (...) e certamente irei ouvir os problemas e tentar encontrar soluções. Se o vinho morre na parreira e se o país aceita a importação de água ardente de Espanha para o fabrico do vinho português, algo está mal", frisou.

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