Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum
Sebastião Santana, coordenador da Frente ComumGerardo Santos

Frente Comum diz que programa do Governo é dos "piores de sempre em democracia"

Coordenador fala em "programa do Governo que é mau para o país" e "dos piores de sempre em democracia para a administração pública", por "promover a individualização das relações de trabalho".
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A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública classificou esta terça-feira, 17 de junho, o programa do Governo como um dos “piores de sempre em democracia para a administração pública” e “mau para o país”.

“É um programa do Governo que é mau para o país e é dos piores de sempre em democracia para a administração pública, trata-se de promover a individualização das relações de trabalho”, disse o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, numa conferência de imprensa.

Na mesma conferência que surgiu no seguimento de uma cimeira convocada pelo secretariado da Frente Comum para avaliar o atual quadro político, o coordenador disse que o plano do Governo quer abrir ao privado “setores como a educação, com uma porta absolutamente escancarada”.

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“Em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) o processo é absolutamente semelhante a este, portanto, de um abrir de portas ao setor privado”, acrescentou.

A Frente Comum acusa ainda o Governo de promover alterações à legislação laboral que são “graves retrocessos tanto para a democracia como para os direitos dos trabalhadores”.

“Querem transformar o Estado português, o Estado central, num Estado meramente regulador e permitir que o privado entre em força na administração pública”, acrescentou Sebastião Santana.

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A Frente Comum quer negociar com o Governo uma alternativa a este programa e admite já ter sido enviada uma proposta para o executivo no âmbito da valorização dos trabalhadores da administração pública.

Relativamente à Segurança Social, Sebastião Santana ressalvou também que há um “remédio simples” para assegurar a sua sustentabilidade, que é “aumentar salários e pensões” sendo que “os descontos aumentam e a sustentabilidade fica ainda maior”.

A Frente Comum anunciou que vai sair à rua no dia 17 de julho em combate às medidas do Governo e por melhores condições de vida e de trabalho.

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O Programa do XXV Governo Constitucional, saído das legislativas de 18 de maio ganhas pela coligação AD (PSD/CDS), foi entregue no sábado na Assembleia da República, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim.

Na conferência de imprensa após a reunião do Governo, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, classificou o documento como "um programa ambicioso para transformar o país", estruturado em 10 eixos prioritários, incluindo a reforma do Estado, imigração regulada, aumento de rendimentos, segurança de proximidade, habitação ou defesa.

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