O programa do XXV Governo Constitucional foi entregue este sábado, 14 de junho, na Assembleia da República, com o ministro dos Assuntos Parlamentares a afirmar que é um documento “para quatro anos” e que visa “verdadeiramente transformar o país”.O ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, entregou o documento à primeira vice-presidente do parlamento, a social-democrata Teresa Morais, na sala de visitas do presidente da Assembleia, José Pedro Aguiar-Branco.Em declarações aos jornalistas após a entrega formal, o ministro disse que este “é um programa para quatro anos que assenta sobre uma agenda transformadora, um plano de reforma do país”.“Este Governo pretende, para além da estabilidade que foi a promessa que nós fizemos aos portugueses, pretende verdadeiramente transformar o país nas suas áreas mais importantes”, indicou..Governo compromete-se a aumentar salário mínimo para 1100 euros até ao fim da legislatura .O ministro defendeu que as previsões económicas do Governo “são aquelas que correspondem à realidade” e afirmou que “não é a primeira vez que o Governo fica numa ilustre solidão”.“Estamos convictos, neste momento em que estou a falar, que os números que foram apresentados e que foram sublinhados também pelo ministro de Estado e das Finanças são aqueles que correspondem à realidade”, afirmou.“Não é a primeira vez que o Governo fica numa ilustre solidão nas previsões económicas e depois vem a ter razão, isso aconteceu o ano passado”, assinalou.Carlos Abreu Amorim admitiu alterações em virtude dos conflitos que estão a decorrer no mundo, incluindo a recente escalada entre Israel e o Irão, e salientou que um dos pontos da agenda transformadora do Governo "é o reforço do robustecimento do investimento na Defesa”.“Isso foi feito de acordo com os nossos compromissos internacionais e ainda antes dos últimos desenvolvimentos de conflito internacional, acerca do qual, como é evidente, estamos muito preocupados. Pedimos, já foi feito pelo ministro de Estado e dos Estados Estrangeiros, um esforço de contenção a todas as partes”, afirmou o ministro.No Orçamento do Estado para 2025, o Governo tinha apontado para um crescimento do PIB de 2,1% mas reviu em alta essa projeção no Relatório Anual de Progresso, entregue a Bruxelas, para 2,4%.As instituições têm divulgado previsões mais pessimistas, como o Banco de Portugal, que reviu em forte baixa a estimativa do crescimento da economia portuguesa este ano, de 2,3% para 1,6%..Diálogo com todosCarlos Abreu Amorim assegurou que o Governo vai dialogar com todos os partidos e procurar consensos para levar a cabo as medidas previstas no seu programa.“Só podemos fazer isso, como é evidente, dada a atual configuração parlamentar, com todos os outros grupos parlamentares. Procuraremos o consenso, vamos estabelecer diálogo com todos”, afirmou.Carlos Abreu Amorim indicou que este “é um programa para todos os portugueses e que, preferencialmente, terá que ser realizado e executado de acordo com as ideias daqueles que, de alguma forma, consigam encontrar o consenso na sua verdadeira definição, que é encontrar pontos comuns entre vários pontos divergentes”.O ministro defendeu, no entanto, que “consenso não é unanimidade, são conceitos diferentes”.Questionado se o Governo vai dialogar em algumas matérias com o Chega, noutras com o PS, o ministro respondeu que “será com todos, com todos, com todos”, citando o Papa Francisco.Já sobre a moção de rejeição ao programa anunciada pelo PCP, Carlos Abreu Amorim assinalou que será “uma primeira fase do escrutínio parlamentar e com um debate onde todas as ideias-força deste programa poderão ser devidamente definidas pelo Governo”, cabendo aos partidos da oposição fazer “aquilo que constitucionalmente numa democracia lhes compete, que é escrutinar o Governo, pedir esclarecimentos e depois pronunciar-se”.“Já que existe essa moção de rejeição que foi pré-anunciada pelo PCP, as outras forças parlamentares terão também que se responsabilizar com aquilo que, aliás, já disseram e que nós acreditamos que vai ser conseguido, que é a estabilidade que os portugueses querem, que os portugueses desejam para que a agenda transformadora seja conseguida”, defendeu.