Declarações foram realizadas na Lousã, onde visitou áreas atingidas por incêndios.
Declarações foram realizadas na Lousã, onde visitou áreas atingidas por incêndios.Foto: Paulo Novais

Elevador da Glória. André Ventura acusa presidente da Câmara de Lisboa de se esconder

O presidente do Chega frisou que “tem de haver assunção de responsabilidades e alguma capacidade de dizer às pessoas que, em democracia, a culpa não pode morrer solteira”.
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O líder do Chega acusou o presidente da Câmara de Lisboa de se esconder e de, até ao momento, não ter assumido as suas responsabilidades no acidente do elevador da Glória, que vitimou 16 pessoas na quarta-feira. A declaração é da noite deste domingo, 07 de setembro.

Um dia depois de ser conhecido o relatório preliminar às causas do acidente, André Ventura considerou que “morreram 16 pessoas debaixo da sua tutela, numa empresa totalmente tutelada pela Câmara de Lisboa”. “Este relatório mostra que diversos serviços falharam e tem de ser assumida essa responsabilidade. A manutenção falhou e a inspeção falhou, porque o suposto cabo de aço que se rompeu ainda 263 dias de validade”, disse o dirigente aos jornalistas na Serra da Lousã, no interior do distrito de Coimbra.

Numa visita esta tarde à localidade de Cabanões, no concelho da Lousã, fortemente atingido por um incêndio, o presidente do Chega frisou que “tem de haver assunção de responsabilidades e alguma capacidade de dizer às pessoas que, em democracia, a culpa não pode morrer solteira”.

“Não olhamos para 16 mortos como se fosse uma insignificância. Não podemos ser o país do terceiro mundo em que morrem 16 pessoas e ninguém é responsável. Isso é a cultura a que estávamos habituados”, enfatizou o dirigente, sem nunca falar em demissão.

Incêndios

Na mesma visita, falou dos incêndios. Segundo o líder do Chega, não vai deixar sair da agenda política a questão dos incêndios, insistindo no apuramento de responsabilidades e na necessidade de aumentar as penas dos incendiários. “Passámos anos demais em que deixámos passar a época dos incêndios e esquecemos isto, mudando para outra coisa que nos preocupava, e passavam nove ou dez meses e voltávamos a ter o mesmo problema, mas este ano o Chega não vai deixar que isto continue da mesma forma”, afirmou André Ventura aos jornalistas.

O dirigente do Chega salientou que vai fazer o que estiver ao seu alcance para que incêndios como os deste verão não se repitam e o país tenha os meios necessários para o combate. Salientando que o país não pode esquecer o que aconteceu, André Ventura afirmou que o Chega vai pedir responsabilidades a “quem permitiu que isto acontecesse por negligência” e garantir, pelo menos, que o Estado tem os meios para combater os incêndios prontamente e uma lei que garanta que “os incendiários estão presos e não em liberdade”.

“Espero mesmo que o parlamento aceite, já no início desta sessão legislativa, questões simples como proibir negócios em área ardida, aumentar penas para incendiários, garantir que ficam presos e uma reflorestação com uma cultura menos inflamável”, disse.

O líder do Chega garantiu que vai lançar uma comissão de inquérito potestativa “para exigir responsabilidades e procurar conhecer a fundo quem é que anda a lucrar com os incêndios e os que saem impunemente disto”. “Se estamos mesmo empenhados em combater este flagelo vamos procurar evitar o negócio à volta disto e temos de investigar a fundo e depois de Pedrógão voltámos a falhar”, sublinhou.

Para André Ventura, os bombeiros também têm poucos meios para combater os fogos e uma estrutura de comando da Proteção Civil nomeada por Lisboa, “com pessoas sem qualquer ligação ao terreno a darem ordens a quem está no terreno e conhece o terreno”.

“Esta alteração do comando é também fundamental para que existam comandos de bombeiros a nível nacional e distrital, porque são eles que conhecem o território”, vincou, lembrando que Portugal acordou este ano para o drama dos incêndios de forma rápida e não tinha meios aéreos.

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