Rodrigo Saraiva, deputado da Iniciativa Liberal, considera que o partido tem feito um trajeto de "consistência" e rejeita que procure afastar-se, de forma radical, do PSD. "Não consigo compreender as discussões ideológicas. A Iniciativa Liberal tem sido consistente na sua visão de Portugal, de reformar o estado. Somos reconhecidos pela necessidade de menos impostos, de controlo da despesa orçamental, mais liberdade na saúde e educação. A moderação de que se fala é pela aproximação à AD, mas não foi uma colagem. Fomos muito críticos com a AD, mas no dia seguinte às eleições sentámo-nos para uma solução de governo. Pior teria sido não termos procurado soluções, porque assim diríamos que éramos inúteis. Não vamos dar saltos radicais. Quem diz que não crescemos como queriam, pretendia o quê? Que fôssemos populistas como o Chega, extremistas, irresponsáveis, socialistas como algumas propostas do Chega? Temos de ser mais abrangentes e manter a consistência, a coerência. Temos de continuar a acreditar nesta maratona liberal por Portugal", reiterou.
Ao DN disse também que uma candidatura única não diminui a força de Mariana Leitão: "Não acho que ter uma candidatura única fragilize. Tem os pontos fortes e fracos. As lideranças afirmam-se nos programas desenvolvidos e espera-se que vá melhorando a sua influência com os resultados eleitorais."
O deputado da Iniciativa Liberal Mário Amorim Lopes detalhou ao DN o posicionamento ideológico de Mariana Leitão. "O PSD acusa-nos de não sermos moderados. Não somos nada moderados na ambição de Portugal, é verdade. Não temos de ser periféricos, somos um país adiado, podemos querer ser como a Bélgica, Países Baixos ou Irlanda. Não podemos ser acobardados nas liberdades das pessoas. Na Iniciativa Liberal, somos muito radicais e intransigentes nos valores de que cada pessoa pode ter o seu projeto, pode viver com quem quiser. Somos radicais na defesa das contas públicas, sempre respeitando as contas públicas. Jamais poderemos estar à beira da falências", reagiu o professor universitário.
Na X Convenção da IL reconheceu que era benéfico haver oposição nas listas a votos, mas defende a futura presidente: "Não acho que uma candidatura única fragilize a Mariana. É o único partido que tem uma convenção universal, ou seja qualquer membro pode inscrever-se e qualquer membro que consiga 25 candidaturas pode candidatar-se à comissão executiva. Qualquer pessoa que quisesse candidatar-se podia tê-lo feito. Se não o fez foi por sentir que não tinha condições de ganhar. A Mariana é uma grande candidata. Se é desejável ter mais candidaturas? Sim, porque o debate é mais aberto e plural."
Rui Malheiro chegou a ser avançado como possível candidato à liderança da Iniciativa Liberal. Ao DN explicou as duas razões que o levaram a descartar o avanço. "O timing da Convenção foi curto, deixou pouco espaço para debater e tentar reformar o partido que temos. Depois, era necessário ter união e força do partido para as Autárquicas e Presidenciais. Neste momento, o partido tem de estar unido. É de apostar todas as fichas e tentar o máximo de autarcas possível. Depois avaliaremos o futuro", referiu, garantindo apoio interno nos próximos dois sufrágios.
O líder do Movimento pelo Liberalismo não foi chamado às discussões com Mariana Leitão e concorda que a futura presidente seja apelidada de radical. "Não sou tão radical como a Mariana nem tão moderado como o Rui Rocha. É preciso um meio termo e apresentar as nossas medidas de forma que a população entenda. Na Mariana, vejo um discurso radical e, acima de tudo, algum radicalismo no posicionamento ideológico. Estamos muito mais colados à direita do que se via com Rui Rocha", afirmou ao DN.
Cotrim de Figueiredo já conversou com Mariana Leitão e procura novos apoios para avançar com a candidatura a Belém. Para as Presidenciais, diz não existirem "alternativas" que garantam "os mesmos resultados eleitorais". Veja mais aqui.
Deputado europeu e ex-presidente assinala estar a pensar numa possível candidatura. Veja mais aqui
Os militantes da Iniciativa Liberal divergem no tema Milei, presidente argentino.
Sandra Lobo Pimentel subiu ao púlpito para dizer que o rumo da IL a tem "desiludido", pede, sim, um partido "humanista", que não associe imigração à insegurança, que "não tenha em Milei o seu herói" e que esteja aberto a opiniões contrárias.
Filipe Mendonça critica o “partido desmobilizado", “acantonado à direita” e lembra que o partido "não se calava contra o ódio”. “Será mesmo Milei o vosso herói?”, questiona.
Mário Amorim Lopes, que chegou a ser apontado como sucessor de Rui Rocha, disse que Javier Milei é “apenas o executor das ideias liberais”. Dizendo que o presidente argentino está a mostrar que o liberalismo gera “riqueza e prosperidade”, assinala que estas ideias “têm um rosto em Portugal e esse rosto é a IL”.
A militante Margarida Pouseiro, que admitiu candidatar-se à liderança do partido, convidou todos os militantes presentes na convenção a votarem em branco na eleição de Mariana Leitão, "para que a legitimidade da única candidata saia ainda mais fragilizada".
A liberal fez duras críticas à Direção e ao atual rumo da IL, afirmando que o partido promove "sucessões dinásticas e assaltos internos ao poder para que ninguém possa entrar". "Internamente, somos muito parecidos aos outros partidos. Ambicionamos ser Governo da República, mas somos os primeiros a atropelar estatutos e leis", acusou.
Acima das cinco centenas, este era o registo inicial dos trabalhos em Alcobaça. A convenção nacional da Iniciativa Liberal pautou-se pela participação, com mais de seis dezenas de militantes a manifestarem a intenção de discursar durante o período de intervenção referente à moção estratégica do partido.
A Iniciativa Liberal endereçou a todos os partidos o convite para se fazerem representar na X Convenção Liberal. PS, Bloco de Esquerda e PCP não marcaram presença na ação em Alcobaça.
Carlos Abreu Amorim, ministro dos Assuntos Parlamentares e habitual presença na negociação de propostas da AD com os Liberais, foi um dos políticos na plateia.
Do PSD compareceram João Antunes dos Santos e Célia Freire, deputados; Rui Paulo Sousa, secretário-geral e deputado do Chega; Filipe Honório e Isabel Faria, membros do Livre, e Telmo Correia, vice-presidente do CDS-PP, representaram as demais forças políticas.
Filipe Mendonça apresentou críticas às propostas de Mariana Leitão: "Li com atenção o programa, com esperança... mas encontrei meia página no país das liberdades e muita confusão entre segurança e imigração. Não vale só dizer cortar, é preciso incluir, acrescentar. Sonho liberal não é uma utopia, basta cumprir a declaração de intenções desse país. É desta Iniciativa Liberal que vou sentir saudades"
Foram submetidas 19 moções a discussão e apreciação aos militantes da Iniciativa Liberal.
Os liberais estão reunidos este sábado em Alcobaça para eleger Mariana Leitão a nova líder do partido. O fotojornalista Leonardo Negrão traz registos da convenção.
Na sua primeira intervenção de apresentação da sua moção de estratégia global perante a X convenção nacional da IL, em Alcobaça, Leiria, Mariana Leitão, assumiu que o partido não tem atualmente condições de contribuir para uma solução de Governo e deve assumir-se, antes como “consciência liberal” do sistema político.
“Hoje, o imobilismo começa a mudar de sinal. A direita do caos já começa a esconder-se atrás da responsabilidade para deixar tudo na mesma. Não tenhamos dúvidas: o Chega não é mais do que um novo socialismo à direita. Não defendem a nossa soberania enquanto indivíduos. Não defendem qualquer reforma para Portugal. São coletivistas, estatistas, e paternalistas”, defendeu.
Mariana Leitão dedicou uma fatia substancial do seu discurso para atacar o Chega, que acusou de precisar “tanto do Estado como os outros”, mas, “como a economia não cresce, querem os mesmos apoios, a mesma subsidio-dependência e o mesmo paternalismo, mas só para os seus”.
“Nas políticas, pouco os distingue do desgoverno que nos trouxe até aqui. E é só uma questão de tempo até que todos o entendam”, afirmou.
Sobre o Governo PSD/CDS-PP disse que “pensa que falar em reformas e inventar um ministério chega para agradar aos liberais”.
*Lusa
Rui Rocha, ex-líder do partido, numa primeira intervenção, falou sobre os rumos para a IL no futuro. Afirmou que é necessário "combate ao chatismo", em referência aos chats da internet. Para o liberal, em vez de estar a usar os chats, utilizem a comunicação social. "Por cada 15 publicações em chats publiquem antes um artigo de opinião na comunicação social".
Rocha também sugeriu que se "combate ao sebastianismo" e que o partido deixe de olhar para o passado. "O que está lá atrás é relevante, tem coisas boas nos resultados e na capacidade de impacto", mas avisa: "Cuidado com esse olhar para o passado, vamos olhar para o futuro."
“É importante hoje, mais do que nunca, darmos este sinal de que a IL está cá, está preparada, está confiante e é uma alternativa ao imobilismo, a um autoritarismo ainda tímido, mas que se começa a sentir”, afirmou Mariana Leitão em declarações aos jornalistas à chegada ao pavilhão onde se vai realizar a X Convenção Nacional da IL, em Alcobaça.
Leia a notícia completa aqui:
Boa tarde. Bem-vindos ao live blog do Diário de Notícias sobre a convenção da Iniciativa Liberal que elegerá Mariana Leitão a nova líder do partido.
Esta semana, a liberal foi entrevistada pelo grande repórter do DN Leonardo Ralha. Assista abaixo: