Mariana Mortágua considerou "modesta" a eleição autárquica que fez o Bloco ficar apenas com uma vereadora.
Mariana Mortágua considerou "modesta" a eleição autárquica que fez o Bloco ficar apenas com uma vereadora.Manuel Almeida/Lusa

Comissão Política do Bloco reúne quinta-feira para analisar resultados eleitorais

Moções têm críticas às coligações. Parceria com o Livre também em estudo pela Direção Nacional. Candidatura presidencial ouve críticas por questões de financiamento.
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O Bloco de Esquerda convocou a Comissão Política para analisar esta quinta-feira, dia 16 de outubro, os resultados eleitorais, e estão convidadas as moções inscritas e opositoras na próxima Convenção Nacional. O partido passou de quatro vereadores em 2021 (Almada, Lisboa, Porto, Salvaterra de Magos) para um em 2025, no caso Carolina Serrão, que integrou a lista de Alexandra Leitão a Lisboa.

O Bloco também sofreu uma queda abrupta nos deputados municipais, de 94 para 17, incluindo neste número coligações com o Livre. Seis deputados municipais em listas próprias foram eleitos em Coimbra, Moita, Porto, Torres Novas, Horta e Vila do Porto.

Mariana Mortágua categorizou de “modesta” a eleição e declarou que as coligações têm um “balanço positivo” e que o “caminho escolhido aponta para o futuro.” Ainda assim, também essa mesma política de associação vai ser conversada internamente, uma vez que o partido passou de duas coligações em 2021 para 22 em 2025.

Andreia Galvão, deputada que substitui Mariana Mortágua no Parlamento, caraterizou nas redes sociais de “pior resultado eleitoral do Bloco” o balanço de domingo, indo além do que a própria coordenadora dissera.

Ricardo Aires, ex-vereador no Porto, diz que se vai “afastar da política”, e que “o Bloco terá seguramente uma enorme reflexão a fazer (...), também sobre o seu destino”. Aires lamentou a “impossibilidade de alianças à esquerda” e acrescentou que os partidos “deveriam ter mais cuidado em preservar e apoiar quem, de forma independente, dá o seu tempo e dedicação.”

O Bloco de Famalicão criticou o Livre, que diz ter “pecado por falta de ousadia”, enquanto que o PAN, por seu lado, “recusou sequer reunir”, “numa atitude arrogante.” Como tal, não é pacífica a política de coligações pelo território.

Manuel Afonso, da Mesa Nacional, defende que em Lisboa o partido deveria “confrontar, fraturar e mobilizar” e não aplicar-se numa coligação. “O meu partido viveu uma grande derrota. Temos de o assumir e mudar”, pediu nas suas páginas sociais.

A associação ao Livre, nomeadamente, será repensada, até porque os candidatos locais do Bloco advogam que o partido de Rui Tavares teve mais preponderância e poder decisório, em consequência da maior representatividade parlamentar.

As quatro moções contrárias à Direção lamentam a dificuldade de implementação territorial, alguma falta de visibilidade local e vincam que é preciso descentralizar e deixar de apostar no mediatismo, quase exclusivo, da coordenadora. Esperam-se balanços autárquicos que encaminhem mudança no partido.

A moção B, sabe o DN, não se vai fazer representar, por ter considerado que as Comissões Políticas têm sido atos de “simulacro democrático”, palavras expressas por Ana Sofia Ligeiro.

A reunião marcará a próxima Mesa Nacional, que será realizada a 25 ou 26 de outubro. Para esta quinta-feira, está nos pontos de trabalho a candidatura presidencial de Catarina Martins, já anunciada pela Direção e apresentada oficialmente no Porto, no sábado. As moções questionam a capacidade financeira do partido para repetir as duas últimas caminhadas que fez com Marisa Matias.

“Foi o pior resultado eleitoral do Bloco.”

Andreia Galvão, deputada do Bloco de Esquerda

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