O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, terminou a campanha eleitoral, frente ao edifício de onde geriu a cidade nos últimos quatro anos, com uma mensagem própria de quem surge nas sondagens em empate técnico com a sua principal rival, a socialista Alexandra Leitão. "Faltam dois dias para a vitória, mas temos que ir todos juntos, temos que mobilizar para todos estarem a votar no domingo. Levem um amigo ou uma amiga. É muito importante", referiu, enfatizando com o "todos, todos, todos" popularizado pelo Papa Francisco, com quem trabalhou na Jornada Mundial da Juventude.Apesar de garantir sentir nas ruas que Lisboa "quer ir para a frente e não quer voltar para trás", Moedas disse "aos que estão lá em casa", de olhos postos mais nas câmaras do que nas centenas que ficaram até ao final da arruada, iniciada cerca de uma hora antes no Largo do Chiado, e que desceu a Rua Garrett, a Rua do Carmo e a Rua do Ouro, antes de chegar à Praça do Município, que "só há um voto que tem um projeto para Lisboa, só há um voto de moderação de Lisboa, e só há um voto numa equipa enorme que vai continuar a mudar Lisboa".. Tal como já defendera na entrevista ao DN, o atual presidente da Câmara de Lisboa salientou que os elementos da lista da coligação Por Ti, Lisboa (PSD-CDS-Iniciativa Liberal) "são muito melhores do que os outros". A seu lado, além da mulher, Celine Abecassis-Moedas, tinha, entre outros elementos do que espera vir a ser o seu segundo executivo camarário, Gonçalo Reis, Joana Baptista e Maria Luísa Aldim, contando ainda com a presença de apoiantes como o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o ex-deputado liberal Bernardo Blanco. Mais discreto, numa rara presença num evento público, surgiu o ex-ministro da Economia, Pedro Reis, irmão daquele que poderá ser o próximo vice-presidente da autarquia.Ao contrário do que sucedera horas antes com Alexandra Leitão, que desceu do Chiado até ao Rossio na companhia do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro; dos co-porta-vozes do Livre, Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes; da coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua; e da porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real; Moedas não teve consigo nenhum dos líderes dos partidos que o apoiam. E também não beneficiou com uma mobilização das estruturas locais tão eficaz quanto as dos partidos de esquerda, somando algumas centenas a menos de pessoas do que os perto de dois mil que saíram à rua com a coligação Viver Lisboa, com a diferença é ser notória aquando da descida da Rua do Carmo.No entanto, o antigo comissário europeu que há quatro anos protagonizou a maior surpresa da noite autárquica, ao derrotar Fernando Medina, interrompendo um ciclo de 14 anos de governação socialista, compensou com a sua habitual "arma secreta" da empatia e da facilidade de contactar com os munícipes. Ao lado da descida da Rua Garrett e da Rua do Carmo, ao som de uma banda que tocava músicas associadas à capital portuguesa, foram recorrentes as paragens para cumprimentar trabalhadores municipais, agentes da PSP, comerciantes e idosos.A boa disposição do autarca que procura a reeleição só foi testada ao responder a perguntas de jornalistas acerca das críticas que têm sido feitas à sua gestão do acidente que provocou 15 mortos no Elevador da Glória. "É tão triste essa politização", considerou, qualificando de "vergonhosa" o que considera ser a estratégia da oposição.Depois de na véspera Luís Montenegro ter referido as vantagens de haver maioria absoluta em Lisboa, Moedas afastou-se dessa fasquia. "Espero obviamente uma votação melhor do que há quatro anos. Mas quero é mais um voto para ser presidente da Câmara. Por um voto se perde", disse quem acusa de a esquerda de se mobilizar "pelo ódio e pelo que é negativo"..Carlos Moedas: “Quem promete aos lisboetas que vai construir 4500 casas em quatro anos não sabe o que isso é"