A pouco mais de um mês das eleições presidenciais, André Ventura lidera as intenções de voto para Presidente da República, com 19,1%, segundo o barómetro DN/Aximage. É a primeira vez que o presidente do Chega aparece na liderança de um destes estudos. E tudo graças à queda de Henrique Gouveia e Melo que, no barómetro publicado a 3 de novembro, liderava a corrida a Belém com 24,4% das intenções de voto. Agora, o nome do almirante surge em terceiro, com 17,5%, o que representa uma queda de 6,9 pontos percentuais (p.p.). Ainda assim, André Ventura tem menos 0,1 p.p. das intenções de voto do que há um mês. Em queda está também Luís Marques Mendes, apoiado por PSD e CDS, que continua em segundo, mas com 18,2% das intenções de voto (há um mês, esse valor era de 19,2%, o mesmo de Ventura).Estes valores representam, contudo, um empate técnico entre os três principais candidatos, uma vez que os resultados estão bem dentro da margem de erro deste barómetro: 4%. Tal significa também que a vantagem entre candidatos pode ser maior, representando uma liderança mais destacada por parte de André Ventura. A confirmarem-se estas intenções de voto, entre estes três candidatos, dois irão disputar a segunda volta das eleições presidenciais..No barómetro deste mês (em que participaram 607 pessoas), destaque ainda para a queda de António José Seguro, candidato apoiado pelo PS, que perdeu 6,1 p.p. face a novembro, quando tinha 15,7% das intenções de voto. De entre os candidatos que crescem em relação ao barómetro anterior, João Cotrim de Figueiredo, apoiado pela IL, é quem mais soma, passando a ser quarto com 10,5% das intenções de voto. Em novembro, estava com 8,2%.De resto, os candidatos apoiados pelos partidos à esquerda sobem todos, ainda que em menor grau: Catarina Martins, que tem o apoio do BE, passa de 5% para 5,9%; António Filipe (CDU) de 2,7% para 2,9% e Jorge Pinto (Livre) de 0,9% para 1,9%.Abstenção e jovens: as áreas mais fortes para Ventura Olhando com mais detalhe para os dados da intenção de voto presidencial, é também possível fazer uma correlação entre o sentido de voto e a idade dos inquiridos. E tal como há um mês, um dado salta à vista: André Ventura é mais forte do que qualquer outro candidato, junto do eleitorado mais novo (faixas etárias 18-34 e 35-49). Aqui, o líder do Chega é a preferência para 49,7% dos inquiridos - o que, ainda assim, representa uma ligeira queda desde novembro, onde estava nos 52,2%. O segundo candidato mais forte nesta faixa de votantes é João Cotrim de Figueiredo, que tem a preferência de 27,7% do eleitorado até aos 49 anos.Olhando para os dois candidatos que surgem logo a seguir neste barómetro, nota-se ainda que Marques Mendes é forte sobretudo nos eleitores acima de 50 anos (44,5%), tal como Henrique Gouveia e Melo, ainda que em menor dimensão (42,7%). E há ainda outro dado de destaque, neste caso no que toca a classes sociais, onde André Ventura continua a ser o preferido nas duas mais baixas (D e C2), com 49,5% das intenções de voto. Também aqui há uma redução, visto que em novembro esse valor estava nos 53%. Já Luís Marques Mendes desce em todas face a novembro, passando a classe social D a ser a mais forte para o candidato (23% contra 14,1% há um mês). Também em queda em todas, Henrique Gouveia e Melo encontra mais apoio na classe C2 (24,4%, menos 1 p.p. do que em novembro).Já em relação às regiões do país, são os eleitores do Norte os que mais apoiam André Ventura e Luís Marques Mendes. 30% dos inquiridos que disseram que votariam no líder do Chega se as eleições fossem no próximo domingo residem nesta zona. Esse valor é de 25,1% para os eleitores que preferem Marques Mendes. Henrique Gouveia e Melo é o candidato que mais aprovação colhe na Área Metropolitana de Lisboa (22%).Seguro e Gouveia e Melo dividem eleitorado do PSFazendo ainda a ligação entre o candidato presidencial preferido e o sentido de voto nas eleições legislativas de maio deste ano, há outro dado relevante, que mostra uma divisão dentro do eleitorado do PS. É que, de entre os inquiridos que disseram ter votado nos socialistas, 26,6% dizem ir votar em António José Seguro, com 24% a dizer que o fará em Henrique Gouveia e Melo. Isto parece retratar algumas das decisões de rostos conhecidos na esfera do PS, como Manuel Pizarro (ex-ministro da Saúde) ou a deputada Isabel Moreira, que anunciaram ir votar noutros rostos que não o do antigo secretário-geral do partido. No caso de Pizarro, a escolha será o almirante, com a parlamentar a apoiar a candidata apoiada pelo BE, Catarina Martins. Este cenário era assim também no barómetro de novembro.Por outro lado, junto dos eleitores que não votaram em maio é André Ventura quem mais capitaliza, com metade destes inquiridos a dizer que votariam no líder do Chega. Em sentido oposto, Henrique Gouveia e Melo não convence de todo quem não foi às urnas, tendo 0% de apoio nesta faixa. No entanto, o almirante é o candidato presidencial em quem mais eleitores... do Livre escolheriam (27,5%), rejeitando (0%) Jorge Pinto, apoiado pelo partido. Todavia, como destaca a Aximage, as percentagens do Livre (bem como de IL, CDU e PAN) devem ser lidas “a mero título indicativo, dado o valor muito reduzido das respetivas bases”.Luís Marques Mendes é o melhor nos debates. Desempenho de Ventura divide eleitoresCom o trabalho de campo deste barómetro a ser realizado entre 28 de novembro e 3 de dezembro, ou seja, já com os debates a correr, foi ainda estudada a adesão dos inquiridos a estes frente a frente. Dos 607 participantes, 61% (ou seja, 370 pessoas) afirmaram que têm acompanhado as discussões entre candidatos à Presidência da República, que se iniciaram no final do mês de novembro e só terminam no dia 22 deste mês.Segundo quem tem assistido aos debates entre os diferentes rostos, é Luís Marques Mendes quem se tem destacado, com 22% a dizerem que tem sido o melhor. A mesma percentagem de pessoas que considera que André Ventura também se tem destacado. Em terceiro lugar surge João Cotrim de Figueiredo com 15%.No entanto, os eleitores dividem-se quanto ao desempenho do rosto que lidera as intenções de voto. À pergunta “qual o candidato com pior desempenho nos debates televisivos, até ao momento?”, 45% dos inquiridos avaliaram negativamente André Ventura.Ainda segundo os dados do barómetro DN/Aximage, são os eleitores da faixa etária acima dos 65 anos quem mais tem visto os debates (67%), com a taxa de adesão a diminuir à medida que a faixa etária se torna mais baixa. Ou seja: são os mais jovens, dos 18 aos 34 anos, quem menos tem visto os candidatos presidenciais a trocar argumentos (44%). Por outro lado, são os eleitores das classes sociais mais elevadas quem mais tem acompanhado os debates: 66% inquiridos das classes mais altas (A/B) responderam “sim” à pergunta colocada no barómetro, com 67% dos eleitores da classe imediatamente inferior (C1, classe média superior) a assumirem acompanhar estes momentos.Estabelecendo ainda a correlação com o voto, 71% dos inquiridos que veem os debates votaram no PS em maio deste ano. Em sentido contrário, este barómetro indica, ainda, que 65% dos inquiridos que disseram não acompanhar estes frente a frente, também não foram às urnas aquando das eleições legislativas deste ano.Ficha técnicaObjetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre atualidade política e eleições presidenciais. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII),a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e região (4). A amostra consiste em 607 entrevistas efetivas: 541 entrevistas CAWI e 66 entrevistas CATI; 292 homens e 315 mulheres; 136 entre os 18 e os 34 anos, 162 entre os 35 e os 49 anos, 158 entre os 50 e os 64 anos e 151 para os 65 e mais anos; Norte 216, Centro 132, Sul e Ilhas 85, Área Metropolitana de Lisboa 174. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 28 de novembro e 03 de dezembro de 2025. Taxa de resposta: 74,16%.Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 4,0% Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio..Gouveia e Melo lidera corrida a Belém. Não ganha à primeira, mas na segunda volta supera qualquer rival.Barómetro DN/Aximage. Marcelo em queda a seis meses do fim do mandato