Os candidatos presidenciais foram desafiados esta sexta-feira, 26 de dezembro, a comentar a mensagem de Natal do primeiro-ministro Luís Montenegro, no qual defendeu que Portugal vive um momento de viragem em que tem de trocar a “mentalidade do deixar andar” pela da superação, apontando o futebolista Cristiano Ronaldo como exemplo do espírito de afirmação pela excelência.António Filipe foi, para já, o único crítico ao referir que os portugueses “não precisam de discursos de tipo motivacional” mas sim de uma valorização geral dos salários que ajude a “mitigar uma inaceitável desigualdade na distribuição do rendimento”.Para António Filipe, que visitou o parque operacional da Câmara Municipal de Sesimbra, no distrito de Setúbal, para um contacto com os trabalhadores da recolha de resíduos, a questão não se centra na mentalidade dos portugueses, mas sim na necessidade de serem valorizados através de politicas públicas.“Acho que não é uma questão de mentalidade, porque acho que a mentalidade o povo português tem, e não precisa destes discursos de tipo motivacional, não precisa, precisava de ser valorizado, ou seja, era preciso que houvesse, de facto, políticas públicas no sentido, desde logo, da valorização significativa do salário mínimo, mas que se traduza num aumento geral dos salários, não apenas haver mais trabalhadores a ganhar o salário mínimo”, frisou.Gouveia e Melo: "Uma boa mensagem, mas..."Na Madeira, onde se encontra em campanha eleitoral, Henrique Gouveia e Melo considerou ter sido "uma boa mensagem" de Natal do primeiro-ministro, pois considera que "todos devem ter uma mente positiva" e um "olhar para o futuro de forma positiva”.O almirante deixou ainda assim um alerta ao Governo para o caso de ser eleito Presidente da República, pois garante que irá "fazer uma pressão constante para uma boa governação" e, nesse sentido, "não estará para fazer favores a ninguém”.João Cotrim Figueiredo: "Os governantes têm a obrigação de ser corajosos"Por sua vez, João Cotrim Figueiredo considerou oportuna a mensagem de Natal do primeiro-ministro mas advertiu que a capacidade reformista deve ser independente dos momentos eleitorais."É importante que os políticos tenham a coragem que o primeiro-ministro pediu que houvesse agora, mas sempre, não é só quando há um horizonte sem eleições à vista. Mesmo quando há o risco de perder adesão eleitoral, os governantes têm a obrigação de ser corajosos e fazer as reformas que o país precisa, mesmo quando isso pode ser mal compreendido pela população pelo imediato", vincou.O candidato presidencial, que falava à margem de uma ação de campanha em Bragança, considerou que as mensagens de Luís Montenegro "são importantes" e oportunas mas, frisou, "é sempre necessário ir melhorando e progredindo independentemente do que isso possa representar em termos eleitorais"."Acho que o papel do primeiro-ministro também é inspirar as pessoas, também é mobilizar", afirmou, considerando, contudo que o a visão "reformista" para o país deve existir independentemente de eleições. .Luís Montenegro usa "mentalidade de Cristiano Ronaldo" para vincar reformismo.Montenegro acorda com Zelensky envio de forças de paz para a Ucrânia