Fechou esta tarde de quinta-feira o prazo para a entrega das candidaturas presidenciais para as eleições de 18 de janeiro de 2026. Joana Amaral Dias, do ADN, parecia ser a última a dirigir-se ao Tribunal Constitucional para endossar as 7500 assinaturas necessárias para o sufrágio, no entanto ainda assim foi José Cardoso o derradeiro a entregar a lista. Assim, serão 13 os candidatos presidenciais, o que torna esta a corrida a mais concorrida da história em Portugal. Supera o valor de 2016, quando dez concorrentes cobiçaram o lugar deixado vago por Cavaco Silva, em fim de mandato. Nessa altura, estavam representados quatro partidos políticos e seis independentes. Em 2026, essa é uma das grandes alterações já que os partidos políticos quiseram representar-se em força, associando-se a um candidato respetivo, com história no partido: o Bloco de Esquerda apoia Catarina Martins, ex-coordenadora, o PCP António Filipe, antigo deputado, o Livre o atual deputado Jorge Pinto. O PS validou António José Seguro e o PSD Marques Mendes, ambos antigos líderes dos respetivos partidos. João Cotrim de Figueiredo tem a Iniciativa Liberal, que liderou, a seu lado, e André Ventura é o único a concorrer enquanto dirigente máximo de partido, neste caso no Chega. Joana Amaral Dias está filiada no ADN. José Cardoso representa o Partido Liberal Social. O CDS-PP associou-se a Marques Mendes e, no Parlamento, só JPP e PAN não declararam apoios.Estão quatro independentes a correr em direção a Belém, embora, em julho, ainda estivessem mais de uma dezena de nomes com pré-candidatura avançada. Henrique Gouveia e Melo, militar e ex-almirante da Marinha, é o mais forte dos nomes e um dos candidatos à segunda volta. André Pestana, que esteve ligado a movimentos de esquerda, Humberto Correia e Manuel João Vieira são outros a correr fora da esfera partidária.Manuela Magno, ao DN, assume que vai ficar fora do sufrágio. “Precisava de mais 1700 assinaturas, logo não posso formalizar. Há 20 anos entreguei 7700 candidaturas e fui chumbada porque algumas não estavam anexadas, agrafadas. Não cheguei ao boletim de voto. Mas agora foi ainda mais difícil recolher assinaturas por dois motivos: as pessoas dizem-me na rua que estão fartas de eleições e nem sequer querem ouvir falar de políticos. E, depois, a chave móvel digital, que poderia vir a facilitar o processo, apenas dificulta. Ora por falta de código, ora por falta de leitor”, lamenta a cientista licenciada em Física Nuclear. Está filiada no Volt desde 2024, mas diz-se independente: “O Volt identificou-se comigo, com o trabalho social, e partilhamos ideias. Estou filiada desde 2024, mas não me deram nem um euro. Nem eu queria. Decidi que iria candidatar-me em novembro de 2022.” Critica a “falta de igualdade de oportunidades ao cidadão comum” e refere que fez queixa ao Ministério da Administração Interna: “Saíram 180 proponentes da minha candidatura no site do portal da candidatura em outubro, muitos meses depois de se terem associado. É regra da lei eleitoral só terem dez dias para o alterar.” Sem “saber onde votar ainda”, admite que pode, “pela primeira vez” optar pelo “voto útil entre Seguro e Marques Mendes”, deixando críticas ao estatuto do social-democrata adquirido como comentador.Agora, as assinaturas terão de ser validadas para prosseguir os trâmites legais. O Livre, face a ser a última candidatura a ter sido apresentada e a ter uma menor base participativa em várias zonas do território, teve na chave móvel digital um aliado para consolidar a candidatura. Conheça o perfil de cada candidatoAndré PestanaProfessor e líder do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P), foi dos primeiros candidatos a anunciar a intenção de concorrer a Belém. Tem 48 anos e um passado político ligado a partidos de esquerda.André VenturaO presidente do Chega assume a candidatura apoiada pelo partido. É a segunda vez que se candidata à Presidência da República. Em 2021 ficou no terceiro lugar, com um pouco menos de 500 mil votos.António FilipeEx-deputado do PCP, 62 anos, é membro do partido desde 1983. Jurista e professor universitário, entrou na corrida presidencial apoiado pela CDU. António José SeguroAntigo secretário-geral do PS, esteve afastado da vida política após sair da liderança do partido (que agora o apoia). Depois de ter sido comentador televisivo, decidiu avançar para a corrida a Belém. Além da política, é professor universitário.Catarina MartinsA antiga líder do BE e atual eurodeputada, era a única mulher nestas presidenciais, até Joana Amaral Dias ter oficializado a candidatura. Aos 52 anos, tentará um melhor resultado que o de Marisa Matias em 2021 (quinto lugar).Henrique Gouveia e MeloO almirante na reserva ficou conhecido por liderar a task force de vacinação da covid-19. Não é apoiado por nenhum partido. Entrou como principal favorito, mas tem descido nas sondagens.Humberto CorreiaNatural de Olhão, o pintor e autor entregou 9 mil assinaturas. Concorreu em 2017 à autarquia de Faro e agora quer chegar a Belém.Joana Amaral DiasFoi a última candidata a entregar as assinaturas junto do TC. Tornou-se no 12.º nome a fazê-lo. É apoiada pelo ADN, pelo qual foi cabeça de lista por Lisboa nas legislativas.João Cotrim FigueiredoO antigo líder da IL foi o primeiro a entregar as assinaturas no TC. É apoiado pelo partido que liderou, após Mariana Leitão ter desistido da candidatura.Jorge PintoDe entre os 12 nomes, o candidato apoiado pelo Livre foi o último a anunciar a sua candidatura. Aos 38 anos, é o mais jovem candidato nestas presidenciais. É deputado do Livre desde 2024.José CardosoO fundador do Partido Liberal Social anunciara ter 7500 assinaturas necessárias ainda em julho, mas foi no fecho do prazo que entregou as mesmas. Chegou a disputar a liderança da Iniciativa Liberal no início de 2023, na Convenção Nacional em que Rui Rocha foi eleito sucessor de João Cotrim de Figueiredo.Luís Marques MendesO antigo líder do PSD (partido do qual se desfiliou quando disse ser candidato) é apoiado pelos sociais-democratas e pelo CDS. Foi o primeiro candidato a anunciar-se como tal, logo a 6 de fevereiro. O também conselheiro de Estado (desde 2016) foi ainda deputado do PSD e ministro em dois governos. Manuel João vieiraO músico, rosto dos Ena Pá 2000 e dos Irmãos Catita, já foi candidato anteriormente. A primeira vez que o fez foi em 2001. Este ano, entra novamente na corrida ao Palácio de Belém, tendo apresentado 12.500 assinaturas junto do Tribunal Constitucional.(esta notícia foi atualizada após a entrega de assinaturas de José Cardoso)..Presidenciais 2026. António José Seguro diz que não estar na segunda volta "seria um pesadelo para o País".Jorge Pinto entrega perto de 10 mil assinaturas para formalizar candidatura às Presidenciais 2026.Presidenciais 2026. Marques Mendes diz que polémica em torno dos seus rendimentos "baixa o nível da campanha"