Hugo Soares será um dos primeiros oradores nas Jornadas Parlamentares conjuntas do PSD e do CDS.
Hugo Soares será um dos primeiros oradores nas Jornadas Parlamentares conjuntas do PSD e do CDS.FOTO: Filipe Amorim / AFP

OE2025. Hugo Soares apela à defesa do “interesse nacional”

Entre promessas de chumbo da Oposição e recados de Marcelo, começam as Jornadas Parlamentares do PSD e CDS, sobre o OE.
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Começam hoje as Jornadas Parlamentares de PSD e CDS, com um único tema na agenda: Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025). Entre as várias intervenções esperadas, que incluem todos os ministros e os líderes parlamentares das duas bancadas, pairam as várias ameaças de chumbo ao documento que o Governo apresentará no Parlamento até dia 10 de outubro sobre as contas nacionais e o mais recente recado do Presidente da República, que apela à flexibilidade do Executivo. Por seu lado, o líder da bancada social-democrata, Hugo Soares, parafraseou Marcelo Rebelo de Sousa, mas centrado no seu partido: “Este é o momento de metermos os interesses dos portugueses à frente dos interesses partidários.”

Hugo Soares proferiu ontem estas palavras à margem de um encontro do PSD em Figueira de Castelo Rodrigo, depois de questionado pelos jornalistas sobre o OE2025.

O DN contactou o PSD e CDS com o objetivo de conseguir uma reação ao apelo do Chefe de Estado para que o Governo não seja “inflexível” nas negociações do OE, mas não obteve resposta.

Marcelo Rebelo de Sousa, no sábado, em declarações aos jornalistas, tinha deixado também um recado ao Governo para que percebesse que “o interesse nacional é mais importante do que o Programa do Governo”.

Hugo Soares, a replicar as palavras de Marcelo, respondeu ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que no final da semana passada entregou ao Governo uma proposta para o OE2025, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, classificou como “radical e inflexível”.

Por seu turno, Pedro Nuno Santos rejeitou propostas de OE2025 com as alterações ao IRS e IRC defendidas pelo Governo, “nem nenhuma modelação” de nenhuma dessas medidas, por as considerar “más”.

Pedro Nuno Santos propôs ainda que a margem orçamental destinada ao IRS Jovem seja aplicada em investimento público para habitação da classe média, num aumento extraordinário de pensões e num regime de exclusividade para médicos no Serviço Nacional de Saúde.

Confrontado com as suas declarações, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu ontem que tem exercido “influência” e “pressão” para que o OE2025 saia de um impasse.
“A questão, como imaginam, é do interesse nacional. Ou se considera que há um interesse nacional que explica que o Orçamento passe ou se acha o contrário. Abdicando de convicções, claro. Eu abdiquei de convicções, como líder da Oposição [quando era presidente do PSD] em muitos pontos, para acertar com o engenheiro Guterres um acordo”, lembrou o Presidente da República.

Com Lusa

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