Marcelo infetado com o novo coronavírus. Já fez novo teste

O Presidente da República, que está assintomático, cancelou toda a agenda para os próximos dias, incluindo a sessão com os peritos no Infarmed. Marcelo Rebelo de Sousa já respondeu ao inquérito epidemiológico e fez um novo teste PCR.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, testou esta segunda-feira positivo à covid-19. Segundo nota divulgada no site da Presidência da República, o chefe de Estado testou negativo no domingo, "e apesar do teste antigénio de hoje ser negativo, soube-se agora, às 21h40, que o teste PCR deu positivo".

"O Presidente da República, que está assintomático, comunicou ao Presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde e, encontrando-se a trabalhar em Belém, aí ficou e ficará em isolamento profilático na zona residencial, aguardando o inquérito epidemiológico", lê-se na nota.

Marcelo Rebelo de Sousa "cancelou toda a agenda para os próximos dias, a começar com sessão com os peritos no Infarmed e a audição dos partidos políticos previstas" para esta terça-feira.

Numa segunda nota da Presidência da República é referido que Marcelo Rebelo de Sousa "já respondeu ao inquérito epidemiológico do Delegado de Saúde e fez um novo teste PCR, realizado pelo INEM, cujo resultado deverá ser conhecido dentro de algumas horas".

O Presidente da República, de 72 anos - candidato a um segundo mandato em Belém -, que já estava com precauções extra devido a um contacto recente com um assessor infetado, recebeu no Palácio de Belém uma comitiva do PSD, que incluiu o autarca de Ovar, Salvador Malheiro, igualmente infetado.

O primeiro-ministro, António Costa, falou ao telefone com o Presidente da República e garantiu "contacto permanente".

"Tomei conhecimento do teste Covid-19 positivo do Presidente da República. Já falámos ao telefone esta noite, pois quis inteirar-me do seu estado de saúde. Manteremos o contacto permanente e desejo-lhe votos sinceros de rápida e completa recuperação", escreveu o chefe do Governo na rede social Twitter.

A candidata Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda (BE) já fez saber que suspendeu a agenda presencial até ao resultado do teste à covid-19, já feito devido às viagens às ilhas, apesar de não ter sido considerada contacto de risco pela autoridades sanitárias.

Na rede social Twitter, Marisa Matias anunciou que contactou "esta noite a linha SNS24, que não considerou existir contacto de risco", tendo a última vez que esteve com Marcelo Rebelo de Sousa sido no debate de dia 2 de janeiro.

"Fiz hoje mesmo um teste à covid-19, que estava previsto no âmbito da atividade eleitoral, aguardando o resultado", referiu ainda.

Fonte da candidatura adiantou à Lusa que a agenda presencial fica suspensa até ser conhecido o resultado do teste que Marisa Matias fez na segunda-feira devido às viagens previstas, no âmbito da campanha eleitoral, aos Açores e Madeira para quarta-feira.

A candidata mantém a participação na reunião do Infarmed, virtualmente, a partir de casa.

Antes, também pelo Twitter, Marisa Matias informou que contactou Marcelo Rebelo de Sousa "lamentando que tenha testado positivo à covid-19". "Desejo-lhe as melhoras e faço votos de rápida recuperação", escreveu na rede social.

Ana Gomes deseja um "rápido e franco restabelecimento" de Marcelo Rebelo de Sousa e que continue sem sintomas da doença provocada pelo novo coronavírus.

Informou depois que foi contactada pela Casa Civil do Presidente da República e, durante esta terça-feira, receberá o contacto das autoridades de saúde.

"Acabo de ter contacto de Casa Civil PR. Amanhã serei contactada por autoridades saúde. Seguirei obviamente recomendações que me fizerem. Seguirei online reunião Infarmed. Ignoro se debate RTP com todos candidatos será mantido. Sinto-me muito bem", escreveu a antiga eurodeputada socialista, na sua conta no Twitter, pouco antes da meia-noite

O candidato do Chega, André Ventura, decidiu colocar-se "em isolamento profilático por segurança", após ter estado num debate televisivo com o chefe de Estado e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, disse o próprio à Lusa.

"No seguimento das notícias do teste positivo de Marcelo Rebelo de Sousa e após o contacto mantido com este, decidi ficar em isolamento profilático e entrar em contacto imediato com as autoridades de saúde para a realização do teste covid-19, cancelando todas as iniciativas até ter resultado do teste ou indicação contrária da Direção-Geral da Saúde", afirmou.

Já o candidato Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, afirmou que contactou a linha SNS24, por causa da infeção do Presidente da República, e, como não foi considerado contacto de risco, vai continuar com a campanha eleitoral.

"Já falei com a SNS24 e, como não sou contacto de risco, posso continuar a campanha, com cuidados", disse à Lusa.

O também dirigente do RIR (Reagir, Incluir e Reciclar) mantém por isso as ações de campanha previstas e acrescentou que "logo que tenha oportunidade" vai pedir para fazer um teste de deteção da presença do novo coronavírus.

Na rede social Twitter o candidato desejou "as suas rápidas melhoras" ao chefe de Estado.

O candidato Tiago Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), desejou uma rápida e forte recuperação a Marcelo Rebelo de Sousa.

"Espero que Marcelo Rebelo de Sousa não venha a desenvolver quaisquer sintomas, desejando-lhe uma rápida e forte recuperação", afirmou Tiago Mayan Gonçalves, numa publicação no Twitter.

João Ferreira, candidato apoiado pelo PCP, cancelou as ações de campanha previstas para esta terça-feira, um encontro com a deputada socialista Isabel Moreira e uma iniciativa com a população em Almada, por causa da infeção do Presidente da República.

A informação foi confirmada à Lusa por fonte da candidatura do comunista, que não adiantou mais informações.

João Ferreira tinha dito, ao final da noite de segunda-feira, que estava "absolutamente tranquilo" relativamente ao facto de Marcelo Rebelo de Sousa estar infetado com o SARS-CoV-2, acrescentando que vai aguardar por indicações das autoridades sanitárias.

Marcelo Rebelo de Sousa e João Ferreira debateram na noite de 4 de janeiro.

Desejando ao Presidente da República "uma pronta recuperação", o candidato do PCP disse vai aguardar, também, pelas indicações que sairão da reunião de responsáveis políticos e especialistas prevista para terça-feira.

De referir que também para esta terça-feira está agendado um debate com todos os sete candidatos a Belém na RTP. Diz o Expresso que a direção da estação pública ainda não sabe em que moldes o debate se realizará, se é ou não possível incluir Marcelo Rebelo de Sousa, o que implicará sempre uma participação por videoconferência. No entanto, o facto de se encontrar na residência oficial em Belém, em isolamento profilático, deverá levá-lo a não participar no debate, para não confundir o estatuto de candidato com a Presidência da República, escreve o jornal.

Está também em isolamento Daniel Oliveira, o colunista do Expresso a quem Marcelo Rebelo de Sousa deu uma entrevista na manhã desta segunda-feira para o podcast Perguntar Não Ofende.

O Presidente da República esteve na quarta-feira passada em isolamento após contacto com o assessor de imprensa, Paulo Magalhães, que testou positivo. As autoridades de saúde decidiram, no entanto, que não era necessário cumprir isolamento profilático por ser um contacto de baixo risco. Nesse dia, Marcelo participou no debate com André Ventura.

A notícia de que o Presidente da República está infetado com o novo coronavírus surge no dia em que Portugal atingiu um recorde diário de mortes por covid-19.

Em 24 horas, o país contabilizou mais 122 óbitos e 5604 novos casos, de acordo com os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira.

É o número de mortes mais alto desde o início da pandemia, em março de 2020, e supera os 118 mortes reportados no dia 8 de janeiro. São mais 24 do que o máximo registado no ano passado (98 a 13 de dezembro).

Portugal totaliza até agora 489 293 casos e 7925 mortes. Desde o início do ano já foram reportados 75 615 novas infeções. Ou seja em 11 dias, o país registou cerca de um sétimo do total de contágios.

Há, atualmente, 109 312 casos ativos de covid-19 no país, mais 2 534 do que no domingo. Os recuperados subiram para 372 056 (76% de todos os infetados) depois de mais 2948 dos doentes terem sido dados como curados. Sob vigilância estão 120 292 contactos, mais 3082 do que na véspera.

Os dados da DGS indicam que há 3983 doentes internados (mais 213 do que no dia anterior), dos quais 567 pessoas estão em cuidados intensivos (mais 9).

Este é o 11.º dia consecutivo em que os internamentos em UCI aumentam e o 10.º dia em que há uma tendência de aumento no número de internados, estabelecendo novos máximos desde o início da pandemia.

Com Lusa

Atualizado às 01:38

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