Portugal ultrapassou em 2024 as previsões de investimento na Defesa, de acordo com os valores que vão ser comunicados à NATO, sabe o DN em primeira mão de fonte oficial do ministério da Defesa Nacional."Hoje podemos afirmar que, mesmo com uma revisão em alta do crescimento da economia nacional, a execução deverá fechar em 2024 em 1,58 do PIB, correspondente a 4.481,50 mil milhões de Euros", garante o governo.Em 2024, as despesas militares na União Europeia (UE) totalizaram cerca de 326 mil milhões de euros, o que equivale a aproximadamente 1,9% do PIB da UE. A última previsão para Portugal apontava para 1,55% do seu PIB em defesa.A mesma fonte lembra que "em 2023, embora Portugal tenha declarado que pretendia alcançar 1,48% do PIB OCDE (3.921mil milhões), na realidade apenas conseguiu executar 1,34 % (3.563 mil milhões), ou seja, ficou 359 milhões abaixo do previsto".Já em novembro de 2023, Portugal anunciou a intenção de atingir 1,51% do PIB (4.186 mil milhões) e, posteriormente, na Cimeira de Washington, aumentou essa previsão para 1,55% (4.290 mil milhões) em 2024..Nuno Melo: "Quando investimos nas Forças Armadas, estamos a pensar na paz, na capacidade de dissuasão". "A Defesa Nacional conseguiu executar mais de cerca de 300M€ do que inicialmente previsto porque investiu de forma rigorosa, essencialmente, em três grandes áreas: nos aumentos em pessoal, no reforço do investimento em equipamentos de defesa e no apoio militar à Ucrânia", sintetiza o ministério liderado por Nuno Melo.Conforme o DN já noticiou, O investimento público feito na área da Defesa Nacional registou o nível de execução mais elevado de todos os programas orçamentais do governo, no ano passado, tendo conseguido gastar 99,6% do total de verbas previstas no Orçamento do Estado de 2024 (OE 2024), indica um estudo da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).Por outro lado, noticiou também o DN, o setor da Defesa Nacional contribuiu com uma poupança (corte face ao orçamentado) na ordem dos três mil milhões de euros na última década - desde 2014 - para a consolidação das contas públicas. Este valor é equivalente a mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), mostraram cálculos do DN a partir dos dados da Conta Geral do Estado (CGE) e da execução orçamental..Defesa é o setor com maior execução do investimento público: conseguiu gastar 99,6% das verbas previstas. Durante este período, a Defesa gastou menos em despesa corrente e de capital (investimento), ano após ano, até 2023, face ao inicialmente previsto no Orçamento do Estado, só invertendo esta situação no ano passado quando, finalmente, conseguiu executar mais verbas do que o orçamentado.A NATO tinha planeado inicialmente que 23 países atingissem o limiar de 2% até 2024. Em 2014, apenas três o tinham feito.No total, as despesas dos membros europeus e do Canadá aumentaram mais de 19% no ano passado, de acordo com o relatório anual da Aliança.Vários países que ainda não atingiram o objetivo de 2% comprometeram-se recentemente a intensificar os seus esforços, como é o caso de Portugal.A Espanha, o país que menos contribui (dedicou apenas 1,24% do seu PIB em 2024), comprometeu-se esta semana a investir mais de 10 mil milhões de euros para atingir os 2% este ano..Cortes orçamentais na Defesa ultrapassam os três mil milhões de euros na última década. Portugal também nunca alcançou a meta dos 2% e o Governo de Luís Montenegro (PSD/CDS-PP) tinha apontado 2029 para o fazer, antecipando em um ano o objetivo definido antes pelo seu antecessor, António Costa (PS).O executivo já veio no entanto admitir antecipar ainda mais essa meta, mas advertiu que tal só seria possível com um acordo de regime.