Política
20 janeiro 2022 às 19h48

Costa rejeita que caso Cabrita possa ter influência na campanha

Líder do PS reagiu ao pedido do Ministério Público para levantar imunidade parlamentar do ex-ministro Eduardo Cabrita.

DN/Lusa

O líder do PS rejeitou esta quinta-feira que o pedido do Ministério Público de levantamento da imunidade parlamentar do ex-ministro Eduardo Cabrita possa ter impacto na campanha, estabelecendo uma separação entre as esferas da política e da justiça.

"Acho que as pessoas já todas se habituaram a uma ideia que é muito importante num Estado de direito democrático: à política o que é da política, à justiça o que é da justiça", afirmou António Costa.

O secretário-geral do PS respondia aos jornalistas na cooperativa agrícola Carmim, em Reguengos de Monsaraz, num dia em que a Lusa noticiou que o Ministério Público solicitou à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar do deputado Eduardo Cabrita, para que possa ser constituído arguido e interrogado no caso do acidente mortal na A6 em que esteve envolvido o carro em que seguia quando era ministro da Administração Interna.

No final da visita à Carmim, o também primeiro-ministro brindou com vinho produzido no local, afirmando esperar que, no dia 30, os portugueses brindem o "país com uma boa votação, de forma a assegurar ao país a estabilidade e a tranquilidade".

No último dia do prazo de inscrição para a votação antecipada, António Costa reiterou o apelo para que "quem o deseje" se inscreva para votar no domingo anterior à data oficial das legislativas, afirmando que "é fundamental que haja uma grande participação eleitoral".

"Estas eleições são eleições decisivas para o futuro do país, é fundamental que todos participemos e, todos participando, iremos ter seguramente um grande resultado para o país", disse.

Tendo visitado o recinto da Carmim, António Costa agradeceu aos trabalhadores locais pelo "esforço extraordinário" que têm feito para "contribuir para o aumento da produção nacional quer de vinho quer de azeite", salientando que "quer em 2020", a cooperativa "aumentou as produções de 2019, quer em 2021, aumentou as produções de 2020".

"E é mesmo assim que temos que fazer: é arregaçar as mangas e produzirmos cada vez mais. Só assim ajudaremos a continuar a levar o país para a frente e a continuarmos a desenvolvermo-nos", afirmou.

A poucos dias do lançamento do bloco de rega de Reguengos de Monsaraz, segundo avançou o ex-ministro da Agricultura e cabeça de lista do PS pelo círculo de Évora, Luís Capoulas Santos, o secretário-geral do PS salientou que a criação de infraestruturas serve precisamente para incentivar uma maior produção das empresas.

"É uma parceria entre todos: quando o Estado investe na criação de infraestruturas como o Alqueva, como a criação do bloco de rega, é precisamente para criar melhores condições para que as empresas, qualquer que seja a sua natureza, possam produzir mais e melhor, para gerarem mais rendimento, que é isso que o país precisa", salientou.

Antes de visitar a cooperativa Carmim, António Costa visitou o bloco de rega de Évora, composto por 60 mil metros cúbicos de água e que, em conjunto com os blocos de Odivelas e de Viana do Alentejo - que estão em fase de conclusão - fornecem água a dez mil hectares de pequenas e grandes propriedades.

No local, Capoulas Santos afirmou que a concretização do bloco de Évora mostra que o "PS cumpre" recordando que, em 2019, o Governo tinha assumido como compromisso concluir, durante a legislatura, quatro grandes blocos de régua.

"Ora, daquilo que nos comprometemos para quatro anos, ao fim de dois, já temos este bloco concluído, temos os outros em fase adiantada de conclusão e está agora a ser lançado o de Reguengos", afirmou.

Capoulas Santos afirmou assim que a imagem de marca do PS no Alentejo é que, "desde há muitos anos", todos os compromissos que tem assumido, tem "tido a felicidade de ter podido concretizá-los".

"Mas isso não seria possível se não tivéssemos um Governo amigo do Alentejo, e é isso que vai estar agora também em causa [nas eleições legislativas]: é se vamos ter um Governo amigo do Alentejo depois do dia 30, ou se vamos voltar ao passado, que é do adiar", frisou.