Albuquerque recorre à experiência de ministra nas respostas a Bruxelas

A experiência de Maria Luís Albuquerque enquanto secretária de Estado do Tesouro e ministra de Estado e das Finanças do Governo de Passos Coelho é mencionada várias vezes nas suas respostas ao questionário da Comissão Europeia, com vista à nomeação para a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento no colégio de comissários novamente presidido por Ursula von der Leyen..Logo na pergunta inicial, sobre qualificações pessoais e experiências relevantes, Albuquerque refere a Direção-Geral do Tesouro e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, como “experiências essenciais” que a auxiliaram nos “cargos desafiantes” no Governo, “numa altura em que Portugal enfrentava uma crise económica e monetária aguda”..A escolhida por Luís Montenegro para integrar a Comissão Europeia - mas que terá ainda a audição de confirmação do Comité de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, a 6 de novembro, tal como a votação ao conjunto dos comissários - também realça os quatro anos e meio em que “participou em todas as reuniões do Ecofin e do Eurogrupo, trabalhando de perto com as principais organizações comunitárias”..Quanto às perguntas relativas à União Bancária, tema que irá dominar o seu mandato de comissária, Albuquerque também alude à experiência governativa. Em particular, recorda que, no Ministério das Finanças, teve de lidar com o colapso de vários bancos portugueses. “Na crise económica que se seguiu, muitas pessoas ficaram sem os empregos e as casas, e muitas empresas tiveram dificuldades e fecharam portas”, escreveu, acrescentando: “Essa experiência ensinou-me que garantir estabilidade financeira e proteger os depositantes é essencial para proteger lares e empresas”..No currículo, que inclui o Conselho de Supervisão do Morgan Stanley, até ao mês de agosto, e ter sido diretora do Arrow Global Group, do qual se afastou em outubro de 2021 - “combino profunda experiência do setor público com a compreensão de como os mercados financeiros funcionam e o impacto das regras nacionais e comunitárias”, realça -, Albuquerque diz que acompanhou a gestão diária da parceria público-privada para a construção do Hospital da Ilha Terceira, afastando-se do Conselho de Administração da HRRL Açores no final de agosto. E foi consultora do Banco Millennium Atlântico em dois períodos, o último dos quais até dezembro de 2023. Por último, é membro do Conselho Nacional do PSD, com mandato a terminar em outubro - após enviar as respostas, foi reeleita no domingo para o mesmo órgão. .“Comprometida com projeto”.Garantindo que ter vivido crises financeiras e as suas consequências “fizeram com que ficasse ainda mais comprometida com o projeto europeu”, diz “ter a visão clara” de que a União da Poupança e Investimento deve servir para incrementar a competitividade sustentável, desenvolvendo o Mercado Único “de uma forma que proteja de forma apropriada os consumidores e os pequenos investidores”..Nas preocupações que Maria Luís Albuquerque partilhou com a Comissão Europeia estão os níveis de literacia financeira “infelizmente ainda muito baixos” na União Europeia e os riscos decorrentes do recurso à Inteligência Artificial para criar “produtos e serviços financeiros mais feitos à medida das necessidades”.

Albuquerque recorre à experiência de ministra nas respostas a Bruxelas

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