Mário Mourão, secretário-geral da UGT
Mário Mourão, secretário-geral da UGTANTÓNIO COTRIM/LUSA

Reunião com a UGT "foi muito produtiva" e Governo mostrou "vontade de desbloquear negociação"

No primeiro encontro após a greve geral, ambas as partes fizeram um balanço positivo, admitindo que pode haver uma aproximação. A próxima reunião acontece dia 14 de janeiro, na Concertação Social.
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A reunião entre o Governo e a UGT, a primeira após a greve geral, foi "muito produtiva", com o Executivo a mostrar "vontade de desbloquear a negociação". Foi assim que Mário Mourão, secretário-geral da central sindical, resumiu o encontro desta terça-feira, 16 de dezembro.

No final da reunião de pouco mais de hora e meia, Mário Mourão confessou-se "otimista", mas assumiu que "há muito trabalho a fazer" e que ambas as partes vão "continuar a discutir artigo a artigo". Garantindo que a UGT "vai apresentar propostas de alteração àquilo com que não concordar", Mário Mourão afirmou que, "durante o próximo mês", vai ter de ser feito algum trabalho.

Ainda que não tenha ficado nenhuma reunião marcada entre o Governo e a central sindical, ambos os lados da barricada vão sentar-se à mesa na reunião da Concertação Social, marcada para dia 14 de janeiro.

Segundo disse Mário Mourão à saída do encontro, houve um "reiniciar" do trabalho "que foi interrompido" com a greve geral. "Agora estamos novamente à mesa. Foi uma reunião muito produtiva, que trouxe novamente a confiança que é necessária numa negociação", assegurou.

Não querendo levantar o véu sobre as eventuais aproximações de parte a parte, o secretário-geral da UGT reiterou que o encontro "foi muito construtivo, mas há trabalho a fazer". Até porque, recuperando as palavras que dissera à saída da última reunião, ainda "há muita pedra dura para partir". "É isso que vamos fazer", garantiu.

Mas houve uma mudança de postura por parte da ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho? "Não. O que há é, novamente, a vontade de desbloquear a negociação, porque entendemos que estava bloqueada."

Falando no final do encontro, a ministra foi no mesmo sentido da UGT, falando numa "reunião muito construtiva". "Definimos os próximos passos, que passam por continuarmos a reunir-nos em termos bilaterais e a 14 de janeiro fazer um encontro na Comissão Permanente da Concertação Social, onde os parceiros trarão as suas propostas", atirou.

Questionada sobre uma eventual mudança na postura do Governo, Maria do Rosário Palma Ramalho refere que a atitude "é a mesma", a de "total disponibilidade". "Nada mudou da parte do Governo", assegurou, admitindo que "terá de haver um encontro a meio caminho".

Anunciando que o encontro desta terça-feira não serviu para "discutir o conteúdo", mas para definir os próximos passos, Maria do Rosário Palma Ramalho disse esperar que a UGT "e os outros parceiros da Concertação Social" apresentem propostas até ao encontro de janeiro.

Também não levantando o véu sobre eventuais recuos no pacote laboral, a governante admitiu que há, da parte do Executivo, "disponibilidade para aproximar posições". "A medida concreta dessa aproximação só pode ser determinada nas reuniões da Concertação Social e é por isso que eu não posso revelar aqui o conteúdo. As negociações fazem-se na sala", rematou.

Também esta terça-feira, soube-se que a CGTP (que se exclui destas negociações com a ministra do Trabalho) será recebida a 7 de janeiro pelo primeiro-ministro.

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