Caso das Malas. PSP fez buscas e apreensões no gabinete de Miguel Arruda na Assembleia da República
O gabinete de Miguel Arruda na Assembleia da República foi alvo de buscas esta segunda-feira, avançou a SIC. De acordo com informações do vice-presidente da bancada parlamentar do Chega, Rui Paulo Sousa, que esteve presente no momento das buscas, as autoridades apreenderam quatro malas e uma mochila.
Os agentes da Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa começaram as buscas por volta das 19:00, na companhia de uma juíza e de uma procuradora. De acordo com a estação, o gabinete do Presidente da Assembleia da República adianta que Aguiar-Branco não está a acompanhar as buscas, uma vez que está em Madrid.
"Foram hoje realizadas buscas e apreensões no gabinete do deputado Miguel Arruda na Assembleia da República. Esta ação foi presidida por magistrada do Ministério Público, tendo a Assembleia da República prestado toda a colaboração na realização da diligência", refere uma nota da Assembleia da República.
Na terça-feira da semana passada, a PSP realizou buscas nas casas de Miguel Arruda em Lisboa e em São Miguel, nos Açores.
Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade e que Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada quando viajava de e para os Açores no início e no final da semana de trabalhos parlamentares.
O deputado, eleito pelo Chega pelo círculo eleitoral Açores mas agora independente, foi constituído arguido.
Miguel Arruda confirmou na quinta-feira a passagem a deputado não inscrito, deixando de integrar o Grupo Parlamentar do Chega, e desfiliação do partido.
"Passo à condição de independente única e exclusivamente para proteger o partido", afirmou.
O parlamentar disse que, na reunião, André Ventura lhe transmitiu que, para continuar vinculado ao Chega, teria de suspender ou renunciar ao mandato.
"O presidente colocou-me à disposição duas opções, mas eu já trazia a minha opção definida", indicou.
O deputado disse ser inocente, que as malas encontradas em sua casa são suas, e considerou que, enquanto se defende, não pode estar "conotado com qualquer tipo de partido".
Na sexta-feira, José Pedro Aguiar-Branco anunciou que o deputado tinha passado à condição de não inscrito.