Luís Marques Mendes com Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Luís Marques Mendes com Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).Caroline Ribeiro

Marques Mendes: a ONU é, neste momento, "irrelevante" no contexto mundial "apesar dos esforços" de Guterres

Candidato a Belém criticou "impotência" da organização diante dos vários conflitos globais em evento sobre cooperação internacional, também destacando importância do acordo de comércio UE - Mersocul.
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A Organização das Nações Unidas vive um momento de "impotência e irrelevância", declarou o candidato à Presidência da República, Luís Marques Mendes, durante a sua intervenção num painel sobre cooperação internacional e a nova ordem mundial no Fórum de Lisboa, nesta quinta-feira, 3 de julho.

"Hoje surge um conflito em qualquer parte do mundo infelizmente e já quase ninguém pensa nem fala nas Nações Unidas é isto é preocupante", disse o candidato. "Já toda a gente percebeu que as Nações Unidas neste momento são uma impotência, uma irrelevância", completou.

A análise, segundo Marques Mendes, é independente da liderança atual da organização. "Mais grave do que um conflito que surge é sabermos que não há uma entidade capaz de mediar e resolver um conflito. Não tem a ver com António Guterres, apesar dos seus esforços", frisou.

A incapacidade da ONU de exercer o seu papel, para Marques Mendes, é um dos três fatores que ajudam a alicerçar "a nova desordem mundial".

O segundo são conflitos como a situação no Médio Oriente. "Não está em causa o direito que Israel, país amigo, tem à sua autodefesa, mas está em causa uma crise humanitária sem precedentes naquela região", afirmou o presidenciável, que destacou que, ao nível do Direito internacional, "continuamos sem ter qualquer tipo de instância capaz de regular a situação".

Outro conflito citado por Marques Mendes é "aqui à porta da União Europeia, a guerra na Ucrânia, um país soberano que foi atacado na sua integridade, uma violação clara de todas as regras do Direito internacional. Onde está uma instância passível de intervir, moderar, para resolver? Essa é a desordem internacional", afirmou.

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No plano económico, as decisões tarifárias que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem executado também colaboram para uma desorganização mundial. "Tudo em contraposição àquilo que são os objetivos da Organização Mundial do Comércio. A mesma entidade que é defensora do comércio livre, mas que, todavia, numa questão desta natureza, inexistiu", sublinhou Marques Mendes. "São apenas alguns exemplos que mostram que estamos a viver provavelmente o fim da ordem mundial que vigorou desde a Segunda Guerra Mundial e que está a ser liquidado num ritmo vertiginoso".

Cenário em que acordos como o de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul são "uma excelente oportunidade" em que todos devíamos "concentrar as nossas atenções".

"Este acordo é uma grande oportunidade em termos de criação de um mercado livre de uma dimensão extraordinária. Que levou muitos anos a ser negociado e que é agora uma grande esperança que temos pela frente", declarou Marques Mendes, que foi o segundo presidenciável português a participar desta, que é a 13.ª edição do Fórum de Lisboa.

O evento é liderado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil Gilmar Mendes e traz a elite política daquele país a Portugal. No primeiro dia, António José Seguro participou num painel sobre sobre a nova ordem económica internacional e afirmou ao DN que espera retornar ao evento no ano que vem como presidente.

No último dia, sexta-feira, 4 de julho, Henrique Gouveia e Melo vai ser o keynote speaker na sessão sobre relações de força internacionais e novos blocos militares.

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