Major-general Isidro Morais Pereira está a ponderar entrar na corrida a Belém
O major-general Isidro Morais Pereira está a ponderar uma candidatura à Presidência da República e afirma que tomará uma decisão final após as eleições autárquicas. Caso decida avançar, será o segundo militar na corrida a Belém, depois de o almirante Gouveia e Melo.
Comentador na CNN Portugal sobre temas de defesa, o militar na reforma, de 66 anos, disse, em entrevista ao Observador, que não descarta um eventual apoio do Chega. De acordo com o jornal, dirigentes do partido, Diogo Pacheco Amorim e Ricardo Dias Pinto, vão reunir-se, no início de julho, com o major-general do Exército, que assegura que, até à data, não recebeu contactos do Chega.
“Não enjeito o apoio dos partidos porque os partidos fazem parte da democracia portuguesa. O Chega mereceu um apoio significativo dos portugueses, teve mais de um milhão de votantes, é o segundo partido mais representado na nossa Assembleia da República. Não há razão nenhuma para que não aceitasse esse apoio”, afirmou.
Isidro Morais Pereira referiu que a possibilidade de entrar na corrida para suceder Marcelo Rebelo de Sousa começou a surgir após ser tentado por "inúmeras pessoas" a candidatar-se. "Quando apareci no espaço mediático comecei a receber praticamente todos os dias mensagens e telefonemas. Diziam-me: 'O senhor general já pensou em candidatar-se à Presidência da República?'. Confesso que nunca pensei em tal possibilidade, não estaria nos meus horizontes", admitiu.
"Tenho alguma dificuldade em negar quando as pessoas me pedem para servir a causa do país, das pessoas. Toda a minha vida foi dedicada ao serviço público. O que me fascina é poder continuar a servir as pessoas. Agora não com uma farda”, afirmou.
Se decidir pela candidatura às eleições presidenciais de 2026, Isidro Morais Pereira será o segundo militar na corrida a Belém, após o almirante Gouveia e Melo, de quem é crítico.
"Não me revejo na personalidade do almirante Gouveia e Melo. Há duas formas de estar na vida pública e nas Forças Armadas: olhar para os subordinados, para a missão, para o conjunto e e a olhar para si próprio. É sempre numa perspetiva de chegar mais longe e de carreira. Não me revejo nesse tipo de postura", considerou o major-general, referindo-se à repreensão pública feita por Gouveia e Melo aos militares que recusaram embarcar no NRP Mondego, na Madeira.