João Ferreira no estúdio do DN.
João Ferreira no estúdio do DN.Gerardo Santos

Leitão ofereceu cargo de vice-presidente a João Ferreira e vereador fala em "desespero" por trazê-lo a público

Vereador estranha que candidata do PS, apoiada por Livre, Bloco de Esquerda e PAN, tenha dado pormenores sobre a antiga negociação. Mantém-se à margem de apoiar o PS no Executivo e rejeita voto útil.
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Alexandra Leitão referiu nos últimos dias que convidou João Ferreira para vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa em caso de acordo com a CDU para a corrida a Lisboa, o que não se verificou. O PCP, como o DN noticiou, estabeleceu que concorreria ao lado dos Verdes em todo o território nacional.

As negociações com o PS existiram, mas o vereador eleito estranha que Leitão as detalhe. “Não temos por hábito trazer à praça pública conversas que são de caráter reservado, mas tendo havido a iniciativa do PS, que nos pediu reserva nas conversas, é importante dizer que estas conversas assinalaram as diferenças que existem entre o projeto e a visão que a CDU tem para a cidade e questões muito concretas do posicionamento do PS, não só durante os 14 anos em que foi governo na cidade, mas também durante os últimos quatro anos em que viabilizou a governação de Carlos Moedas”, respondeu ao DN João Ferreira, que, sem reconhecer que o PS pode estar a apelar um voto útil, retirando eleitores da CDU, admite que é possível ler algum nervosismo na coligação socialista, com apoio de Livre, Bloco de Esquerda e PAN.

“Acho que, eventualmente, revela alguma falta de confiança no seu projeto e na sua visão ou nas suas propostas para a cidade. Isto traz a ideia de algum desespero”, atira o comunista, contestando que a dispersão de votação encaminhe a vitória de Carlos Moedas: “Estamos focados em mostrar que temos para a cidade um projeto de governação da cidade, que é alternativo à gestão atual de Carlos Moedas. Estamos a disputar votos de muitos daqueles que há quatro anos votaram em Carlos Moedas e hoje têm razões para estar arrependidos. Não é ao roubar votos à CDU que se derrota Moedas.”

Referindo a “viabilização dos orçamentos e maiores propostas de Carlos Moedas para a cidade”, João Ferreira critica o PS e mantém-se à margem de qualquer possível negociação futura, caso Alexandra Leitão vença no dia 12 de outubro. “As condições que vão existir do ponto de vista da governação da cidade terão de ser avaliadas depois dos resultados eleitorais. Neste momento, estamos concentrados em romper a governação de Carlos Moedas”, afirma, considerando que a reunião com o presidente, pós-eleições, quanto às várias solicitações acerca do Elevador da Glória é “lamentável, uma fuga às responsabilidades” e reflexo de “alguém impreparado para governar a cidade.”

À margem de um encontro com músicos e artistas performativos no jardim da Estrela, o candidato da CDU vincou a necessidade de mais espaços para a criação cultural e associativismo e deu o exemplo de que a Câmara tem 60 bairros municipais sob tutela e poderia reinvestir áreas não usadas para o efeito.

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