Governo reage a Ventura sobre imigração e reagrupamento familiar: "Fake news"
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, desmentiu categoricamente esta segunda-feira (9) o que designou de "notícias falsas" ("fake news") relativas a uma suposta chegada em massa de imigrantes a Portugal nos próximos meses, no âmbito do programa de reagrupamento familiar. O esclarecimento de Leitão Amaro foi feito em resposta a afirmações do líder do Chega, André Ventura.
Ventura tinha defendido a suspensão temporária do reagrupamento familiar e alegado que "milhares de imigrantes" chegariam ao país "em poucos meses", sem fornecer mais detalhes. Em resposta a estas alegações, o Ministro da Presidência utilizou a rede social X para clarificar que é "falso que o Governo tenha anunciado chegadas aos milhares pelo reagrupamento familiar", atribuindo a origem de tais rumores a "alguns levados por fake news".
Segundo o governante, a verdadeira intenção do Executivo AD é "mudar a lei para limitar o reagrupamento familiar à capacidade de integração do país"
O Chega anunciou que irá propor um projeto de resolução para que o Governo suspenda provisoriamente o reagrupamento familiar até que a questão migratória seja "resolvida".
Numa aparição pública em Loures, à porta de uma igreja evangélica, André Ventura insistiu na sua posição, referindo um incidente recente em que a PSP detetou um armazém usado para habitação ilegal de imigrantes. Questionado sobre o caráter humanitário de permitir o reagrupamento familiar de quem entra legalmente e tem autorização de residência, o líder do Chega disse que a questão "já devia ter sido posta antes" e expressou preocupação com um possível aumento de "um milhão e meio para dois milhões de imigrantes em poucos meses", caso as famílias entrem no país, considerando esta situação "insustentável".