Tancos. MP mantém suspeitas de tráfico de armas e terrorismo

O Ministério Público (MP) decidiu juntar o inquérito do aparecimento do material de guerra ao inquérito do roubo que está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)

O DCIAP vai também ser o titular da investigação ao aparecimento do material de guerra furtado em Tancos, confirmou ao DN a Procuradoria-Geral da República (PGR). O DCIAP tem a direção do inquérito ao roubo e esta decisão significa que a nova Procuradora-Geral, Lucília Gago, mantem em cima da mesa as suspeitas iniciais que levaram a que a sua antecessora, Joana Marques Vidal, avocasse o caso a este departamento que investiga criminalidade mais violenta.

Em causa, recorde-se, estão "suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional", tudo crimes cuja investigação é conduzida pelo DCIAP.

Inicialmente foram abertos dois inquéritos, um sobre o roubo, conhecido a 29 de junho de 2017, e outro sobre o aparecimento das armas na Chamusca, a 18 de outubro do mesmo ano. Na sequência deste último, conduzido pelo Departameento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, foram detidos oito militares da GNR e da Polícia Judiciária Militar (PJM)e um civil, apontado como o presumível autor do furto e em prisão preventiva. Entre os militares está o ex-diretor da PJM.

A PGR informou ainda que, dada a "gravidade dos factos e à complexidade da investigação", o inquérito sobre as circunstâncias do aparecimento das armas furtadas em Tancos era autónomo do instaurado na sequência do desaparecimento das armas dos paióis do Exército e que a direção do inquérito seria, também, do DCIAP.

Em 25 de setembro, o Ministério Público justificou as detenções no caso da recuperação das armas (Operação Húbris) por suspeitas de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas.

O caso de Tancos já provocou a saída do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte .

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