Jerónimo de Sousa recusa-se a classificar o regime da Coreia do Norte. Em entrevista ao site Polígrafo, perante a afirmação do entrevistador de que a Coreia do Norte não é uma democracia na medida em que não tem políticos eleitos, o secretário-geral do PCP responde: "É uma opinião". "O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia", diz o líder comunista, defendendo que o PCP tem "diferenças e divergências" em relação a "esse e outros países que se afirmam de construção do socialismo"..Novamente questionado sobre se considera ou não que a Coreia do Norte é uma democracia, Jerónimo volta a não responder diretamente: "As certezas que tenho são as conclusões do congresso do PCP: nós temos diferenças de opinião e até divergências"..O tema é sinónimo de polémica no PCP. Em 2003, o então líder parlamentar comunista, Bernardino Soares (atual presidente da Câmara Municipal de Loures) disse ao DN ter dúvidas sobre esta questão - "Tenho dúvidas que a Coreia do Norte não seja uma democracia". "Tenho muitas reservas em relação à filtragem de informação feita pelas agências internacionais", justificou então..Miguel Casanova "abandonou o posto de trabalho".Na entrevista ao Polígrafo, Jerónimo fala pela primeira vez da demissão de Miguel Casanova (filho do histórico José Casanova), que colocou o partido em tribunal alegando que foi demitido por ser crítico da geringonça. Um cenário que o secretário-geral comunista contesta: "Ele não foi despedido, ele abandonou o posto de trabalho"..Jerónimo não se alonga no assunto, dizendo que esta é uma "questão interna" do PCP. Quanto à declaração de José Capucho, dirigente comunista que afirmou em tribunal que "é-se funcionário enquanto o partido quiser", o líder do PCP diz apenas: "Eu não confirmo nem desminto essa declaração porque não a conheço"..Salário de Jerónimo "já vai em quase 900 euros".Na entrevista Jerónimo diz que continua a viver do seu salário de metalúrgico - "já vai em quase 900 euros". "Tenho um compromisso de honra com o meu partido: não ser beneficiado nem prejudicado em função das funções que desempenho", acrescenta - "Eu luto por uma vida melhor para mim, para os meus e, naturalmente, para os trabalhadores e para o povo. Não me sentiria bem a andar a apelar aos trabalhadores, aos militantes e ao povo português para fazerem isto e aquilo e ter um rendimento acima da média. Por isso, esta opção".